sábado, 24 de setembro de 2011

1964 - Diagonal - Johnny Alf

Oi pessoal! Neste sábado, posto aqui no Blog um dos primeiros discos do cantor, compositor e um dos maiores pianistas brasileiros, Johnny Alf. Ainda na infância, aprendeu a tocar piano com Geni Borges, amiga da família para a qual sua mãe trabalhava na época. Aos 14 anos, com alguns amigos de Vila Isabel, formou um grupo musical que tocava na Praça Sete, no Rio de Janeiro. Contudo, sua carreira profissional só começaria em 1952, quando Dick Farney e Nora Ney o convidaram para tocar na nova "Cantina do César", do radialista César de Alencar. Nesta época, conheceu a cantora Mary Gonçalves, que viria a ser eleita Rainha do Rádio no mesmo ano e que gravaria em seu LP "Convite ao Romance" três composições de Johnny Alf: "Escuta", "Estamos Sós" e "O Que É Amar". Tocou em várias boates famosas da época, como "Monte Carlo", "Mandarim", "Drink" e "Plaza", além das que se instalaram no "Beco das Garrafas". Participou como um dos principais nomes do movimento Bossa Nova, especialmente como compositor, em músicas como "Rapaz de Bem" e "Céu e Mar", por exemplo. Em 1967, participou do III Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela Tv Record de São Paulo, com a música "Eu e a Brisa", na voz da cantora Marcia. Apesar de ter sido desclassificada, a música se transformou num dos maiores sucessos não de sua carreira, como da música brasileira. Durante sua carreira, aproximou sua música do jazz norte-americano, se transformando num dos ícones do estilo no país. Neste disco, tema da postagem de hoje, temos um dos principais discos da carreira de Johnny Alf, com destaque para as músicas "Moça Flor", "O Céu É Você", "Disa", "Céu e Mar", "O Bondinho do Pão-de-Açúcar", "Vejo A Tarde Cair", "Seu Chopin, Desculpe", "Termos de Canção" e "Podem Falar". Um disco fantástico, que mostra a música de Johnny Alf em sua essência mais completa, seja em suas composições, sua própria interpretação, seu som ao piano. Apesar de ter sido lançado há mais de 40 anos, ainda pode-se considerar atual, não só em termos das músicas de seu repertório, como na qualidade da música e no talento de Johnny Alf. Este, sem dúvida, é um trabalho que deveria ser mais divulgado, mais ouvido e, é claro, servir de referência àqueles que querem se aventurar nos mares há tanto navegados da música brasileira.

1 - Disa
2 - O Céu É Você
3 - O Bondinho do Pão-de-Açúcar
4 - Podem Falar
5 - Vejo A Tarde Cair
6 - Desejo do Mar
7 - Céu e Mar
8 - Seu Chopin, Desculpe
9 - Diagonal
10 - Moça Flor
11 - Termos de Canção
12 - Triste Noturno

Um comentário:

  1. A estante americana de livros sobre autores musicais é absurdamente maior que a brasileira o que é uma ironia pois temos um manancial de músicos que ultrapassa em números o americano então é deveras admirável que o estudo do autor e da música de um determinado artista não se esgota a despeito da passagem dos anos.A título de exemplo li recentemente um livro sobre John Coltrane que acrescenta algo a mais do que já se escreveu ou sobre ele se sabia (o motivo e o momento da criação de determinada peça,por exemplo).Na nossa estante falta diversos Alfs e quando alguém escrever os leitores ficarão chocados com a própria ignorancia em conhecer músicas que foram compostas envoltas de curiosas motivações.Não por acaso eu sei sobre "Nós" e "Ilusão à toa" e quando as aprecio surge em minha imaginação a cenografia das letras e o compasso dos acontecimentos.O que eu quero dizer é que nosso brasileiro de nome artístico americano, motivo do convite do blog para apreciar o aniversário de lançamento do seu DIAGONAL,ainda não foi contado com a obrigação devida ao seu talento.

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