segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

1969 - Jair de Todos os Sambas

Oi pessoal! Nesta segunda-feira, trago aqui no Blog mais um disco do cantor Jair Rodrigues. Teve o início de sua carreira em 1957, cantando em casas noturnas do interior de São Paulo como crooner até que, alguns anos depois, passou a cantar na capital do estado, participando de programas de calouros, obtendo o primeiro lugar no "Programa de Cláudio de Luna" da Rádio Cultura. Em 1962, Jair Rodrigues lança seu primeiro disco, um velho bolachão de 78 rpm, com as músicas "Brasil Sensacional" e "Marechal da Vitória", ambas gravadas para a Copa do Mundo do Chile. Ainda no mesmo ano, lançou um compacto simples com as músicas "Balada do Homem sem Deus", de Fernando César e Agostinho dos Santos, e "Coincidência", de Venâncio e Corumbá. Um ano depois, Jair grava seu primeiro long-play, "O Samba Como Ele É" e, no ano seguinte, o disco "Vou de Samba Com Você", com a música "Deixa Isso Pra Lá", de Alberto paz e Edson Meneses, um dos maiores sucessos de 1964 e da carreira de Jair Rodrigues, caracterizada pelos gestos que o cantor fazia com as mãos quando a interpretava. Em 1965, foi convidado a substituir o compositor e violonista Baden Powell num show que seria realizado no Teatro Paramount, em São Paulo, ao lado de Elis Regina, que se tornaria sua parceira durante pouco mais de três anos, seja no comando do programa "O Fino da Bossa", apresentado pela Tv Record, de 1965 a 1967, e na vida pessoal, se tornando grandes amigos. Durante o "Fino da Bossa", Elis e Jair gravaram juntos 3 discos, ao vivo, alcançando grande sucesso com os Pot-Pourris de sambas e os sucessos que permearam este que foi um dos melhores e maiores programas musicais que a Tv Brasileira já apresentou. Em 1966, já consagrado no "Fino da Bossa", Jair lança um dos seus maiores sucessos, "Tristeza", de Niltinho e Haroldo Lobo, além de dividir o prêmio de 1º lugar do II Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela Tv Record, com o jovem compositor Chico Buarque e a cantora Nara Leão. Jair, com "Disparada", de Geraldo Vandré e Théo de Barros, encantou o público com a temática do interior, do povo do sertão, enquanto Chico e Nara apresentavam a melodia leve e alegre de "A Banda", do próprio Chico. Ainda neste festival, Jair ganhou a "Viola de Prata" como o melhor intérprete e classificou em terceiro lugar a música "Canção para Maria", de Capinam e Paulinho da Viola, embora não seja muito lembrada hoje em dia ofuscada pelo sucesso de "Disparada". No ano seguinte, Jair grava o disco "Jair", onde grava outro grande sucesso de sua carreira, "Triste Madrugada", de Jorge Costa. Em 1968, participa do IV Festival de Música Popular Brasileira com a música "A Família", de Ary Toledo e Chico Anísio, conquistando o terceiro lugar, e da I Bienal do Samba, com a música"O Que Dá Pra Rir, Dá Pra Chorar", de Billy Blanco. No ano seguinte, Jair grava mais dois LPs, sendo que o primeiro deles, "Jair de Todos os Sambas" é o tema da postagem de hoje. E, como parte da maioria dos discos de Jair, fica difícil escolher quais as melhores músicas do disco. Contudo, neste disco merecem um maior destaque as músicas "Bahia de Todos os Deuses", "Pra Que Dinheiro", "Bloco de Sujo / Levanta a Cabeça / Avenida Iluminada", "Leva Meu Samba", "Casa de Bamba", "O Conde", "Em Nome da Lua, da Mulata e do Samba, Amém", "Olelê, Cheguei Agora" e "Na Brincadeira do Mundo". Um disco que mostra o melhor de Jair, em músicas que levam a alegria e a interpretação singular deste paulista que sabe encantar a todos com seu jeito simples, sua brincadeiras e seus sambas que se tornaram símbolos da nossa música popular brasileira.

1 - Bahia de Todos os Deuses
2 - Bloco de Sujo / Levanta a Cabeça / Avenida Iluminada
3 - Enxuga a Tristeza do Olhar
4 - Em Nome da Lua, da Mulata e do Samba, Amém
5 - Casa de Bamba
6 - Vê Que Luar
7 - Pra Que Dinheiro
8 - O Conde
9 - Na Brincadeira do Mundo
10 - Feiticeira
11 - Olelê, Cheguei Agora
12 - Quem Entrar na Roda É Rei
13 - Leva Meu Samba

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

2012 - Um Dia - Elis Regina

Oi pessoal! Nesta segunda-feira, trago aqui no Blog um dos mais recentes lançamentos da gravadora Warner Music em homenagem aos 30 anos da morte de Elis Regina. E nem é preciso explicar a importância que Elis representa para a história e para o futuro da música popular brasileira. Até hoje, seu legado proporciona aos jovens e aos já experientes cantores, compositores e músicos uma inspiração, uma fonte de referência nas mais diversas vertentes da música brasileira. Elis Regina, como cantora, é considerada por muitos críticos, músicos e intérpretes da atualidade como uma das maiores cantoras brasileiras, considerando além de sua voz maravilhosa, seu talento em transformar simples canções em verdadeiras "obras-primas" musicais, como também no seu faro para revelar novos compositores e inúmeros sucessos ao longo de sua carreira. Entretanto, passados 30 anos, muitas gravações raras e inéditas até hoje permanecem ocultas da maioria do público, que aprendeu a admirar e cantar os sucessos que a "pimentinha" imortalizou em suas interpretações ao lango de sua carreira. E, para comemorar a data, a Warner Music, gravadora na qual Elis gravou dois dos long-plays de maior sucesso e reconhecimento por parte do público e da crítica, baseado em dois shows apresentados por ela no período: "Elis, Essa Mulher (1979)", do show "Essa Mulher", onde Elis grava os sucessos de "As Aparências Enganam" e "O Bêbado e a Equilibrista", que se tornou o hino da anistia aos exilados da época; e "Saudade do Brasil (1980)", do show homônimo, onde Elis traz ao público as gravações de "Maria, Maria", "Aos Nossos Filhos", "Canção da América" e "Alô, Alô, Marciano". Neste período em que Elis estava na Warner, surgiu o convite para que ela participasse do 13º Montreux Jazz Festival, realizado na Suiça em 20 de julho de 1979, em dois shows no mesmo dia: um de manhã e outro na parte da tarde. No final do dia, foi ovacionada de pé durante 11 minutos ininterruptos por uma platéia em êxtase e, após voltar ao Brasil, não autorizou o lançamento do disco previsto anteriormente com os melhores momentos dos shows, sendo lançado somente após sua morte, em 1982. Relançado em CD anos depois, músicas inéditas dos shows foram lançadas, mas como faixas-bônus, em ordem diferente dos shows apresentados originalmente. E, este disco, intitulado como "Um Dia", traz o registro fiel dos dois shows em um CD duplo, com as inéditas "Corrida de Jangada" e "Triste". Como parte das homenagens à Elis neste ano, como o relançamento de sua discografia pela Universal Music, o lançamento na íntegra do show "Transversal do Tempo", realizado durante os anos de 1977-78, e da nova coletânea "Se Eu Quiser Falar Com Deus" pela gravadora EMI-Music, a reedição do livro "Furacão Elis" e uma série de shows de Maria Rita nas principais capitais do país cantando as músicas da mãe, no projeto "Viva Elis", este disco é o primeiro a ser disponibilizado para vendas e apreciação do público em geral. E, com toda a certeza, traz um dos mais esperados registros do vasto "baú da Elis" que permaneciam ocultos do público que se lembra com saudades da gaúcha "pimentinha".

Show da Manhã (CD 1):

1. Cobra Criada
2. Cai Dentro
3. Amor Até o Fim
4. Mancada
5. Samba Dobrado
6. Rebento
7. Águas de Março
8. Madalena
9. Onze Fitas
10. Agora Tá
11. Pout Pourri: Ponta de Areia / Fé Cega, Faca Amolada / Maria, Maria
12. Upa Neguinho
13. Maria Maria (Reprise)

Show da Tarde (CD 2):

1. Cobra Criada
2. Cai Dentro
3. Amor Até o Fim
4. Mancada
5. Samba Dobrado
6. Na Baixa do Sapateiro
7. Rebento
8. Águas de Março
9. Corrida de Jangada
10. Maria, Maria (Reprise)
11. Triste
12. Corcovado
13. Garota de Ipanema
14. Asa Branca

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

1957 - Quando os Maestros se Encontram com Angela Maria

Oi pessoal! Nesta quarta-feira, trago aqui no Blog mais um disco da eterna Rainha do Rádio, uma das mais populares cantoras da década de 1950, ao lado de Dalva de Oliveira, Marlene, Emilinha Borba, entre outras. Apelidada de "sapoti" pelo próprio presidente Getúlio Vargas na célebre frase: "Menina, você tem a voz doce e a cor do sapoti", Angela Maria iniciou sua carreira profissional aos vinte anos de idade, cantando em diversos programas de rádio, como em "Pescando Estrelas", de Arnaldo Amaral na Rádio Clube do Brasil, "Hora do Pato", de Jorge Curi na Rádio Nacional, "Papel Carbono", de Renato Murce, e o programa apresentado por Ary Barroso na Rádio Tupi. No começo de sua carreira, se espelhava em Dalva de Oliveira, adquirindo ao longo de sua carreira o estilo próprio que a consagrou com inúmeros sucessos. Em 1951, Angela Maria grava seu primeiro disco pela RCA Victor, com as músicas "Sou Feliz", de Augusto Mesquita e Ari Monteiro, e "Quando Alguém Vai Embora", de Cyro Monteiro e Dias da Cruz. No mesmo ano, gravou também "Recusa", de Herivelto Martins, "Segue", de Paulo Marques e Alice Chaves, "Sabes Mentir", de Othon Russo e "Não Tenho Você", de Paulo Marques e Ari Monteiro, o primeiro sucesso de sua carreira, batendo recordes de vendagem. No ano seguinte, gravou, dentre outras músicas, "Mestre da Vila", de Paulo Marques e Othon Russo, e "Tenha Pena de Mim", de Aldacir Louro e Anísio Bichara, além de atuar no filme "Com o Diabo no Corpo". Em 1953, gravou as músicas "Nem Eu", de Dorival Caymmi, e "Só Vives Pra Lua", de Ricardo Galeno e Othon Russo, antes de mudar para a gravadora Continental, onde emplacou um dos grandes sucessos de sua carreira, "Vida de Bailarina", de Chocolate e Américo Seixas, além de "Fósforo Queimado" e "Orgulho". O ano de 1954 coroou Angela Maria com os títulos de "Melhor Cantora do Ano" e "Rainha do Rádio", este um dos maiores títulos da música brasileira da época, alcançando mais de 1.400.000 votos, além de ter gravado as músicas "Rio É Amor", de Bruno Marnet, e "Acordes Que Choram", de Othon Russo e Nazareno de Brito, e participado do filme "Rua Sem Sol", de Alex Viany. Em 1955, gravou sucessos como "Escuta", de Ivon Curi, "Lábios de Mel", de Valdir Rocha, "Adeus Querido", de Eduardo Patané e Floriano Faissal, e o samba "Minha Vez Chegou", de José Batista, Manoel Pinto e Noel Rosa, considerado como um dos dez mais populares do carnaval de 1955. Ainda neste ano, participou do filme "O Rei em Movimento", e foi eleita pelo jornal "O Globo", como a melhor cantora do ano. No ano seguinte, gravou três discos em dueto com João Dias, com músicas de Herivelto Martins e David Nasser, além do estrondoso sucesso da música "Fala Mangueira", de Mirabeau e Milton de Oliveira, no carnaval de 1956. Também gravou, em 1956, dois Long-Plays com diversos sucessos de sua música, além de participar dos filmes "O Feijão É Nosso", "Tira a Mão Daí" e "Fuzileiro do Amor" e ser escolhida pela revista "Radiolândia" como a melhor cantora do ano. Em 1957, Angela lança o disco tema da postagem de hoje, numa época em que sua carreira e popularidade alcançavam o auge. Um dos melhores discos de sua carreira, considerando-se do repertório à voz doce de "sapoti", Angela nos traz em "Quando os Maestros se Encontram com Angela Maria" oito faixas que são verdadeiras obras-primas da música brasileira, como "Canta Brasil", de David Nasser e Alcyr Pires Vermelho, "Carinhoso", de Pixinguina e João de Barro, "Dora", de Dorival Caymmi, "Caminhemos", de Herivelto Martins, "Aos Pés da Cruz", de J. Gonçalves e Marino Pinto, e "Saia do Caminho", de Evaldo Ruy e Custódio Mesquita, também eternizada na voz de Isaurinha Garcia. Embora tenha sido gravado há mais de cinqüenta anos, este disco nos mostra a grandeza da música brasileira da década de 1950 em uma das mais belas vozes de nossa música, em canções já consagradas em nossa memória musical, de grandes autores e grandes histórias. Um disco que vale a pena ser ouvido, resgatado e servir de inspiração à todos os que admiram e ainda vêem na música brasileira,a riqueza e beleza que ela guarda.

1 - Dora
2 - Aos Pés da Cruz
3 - Adeus (Cinco Letras que Choram)
4 - Saia do Caminho
6 - Promessa
7 - Caminhemos
8 - Canta Brasil

domingo, 15 de janeiro de 2012

1945 - 78-RPM - Os Quindins de Iaiá - Briga de Amor - Cyro Monteiro

Oi pessoal! Neste domingo, de chuva e tempo instável, trago uma pérola de nossa música brasileira, do eterno cantor e compositor de sambas Cyro Monteiro. Nas casas dos amigos, nas rodas de samba, cantava desde muito novo informalmente até que Silvio Caldas, que frequentava sua casa, o convidou para substituir o cantor e compositor Luís Barbosa, irmão do também cantor de muito sucesso, Barbosa Júnior, num programa da Rádio Philips. Um ano mais tarde, foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga, onde cantava, com sua inseparável caixa de fósforos para marcar o ritmo, ao lado de Luís Barbosa. Em 1936, já se apresentava nos programas noturnos com Mário Reis, Carmen Miranda, Francisco Alves, Noel Rosa, dentre outros, fazendo grande sucesso. No mesmo ano, a um convite da gravadora Odeon, grava seu primeiro disco, com as músicas "Perdoa" e "Vê Se Desguia", não alcançando muito sucesso. Todavia, participou da gravação da antológica marchinha de Jararaca e Vicente Paiva, "Mamãe Eu Quero", um dos maiores sucessos do carnaval de 1937. Neste mesmo ano, Cyro participava de quase todos os programas das rádios cariocas, lançando um dos maiores sucessos de sua carreira, o samba de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins, "Se Acaso Você Chegasse", imortalizado na interpretação de Elza Soares, Elis Regina, Jair Rodrigues e o Som Três, no programa "O Fino da Bossa" décadas mais tarde, transformando-se num dos maiores sucessos da história da música brasileira. Neste mesmo ano, assina contrato com a gravadora RCA Victor, onde passa quase toda a carreira. No ano de 1938, grava seu primeiro disco na nova gravadora, com o sucesso de "Se Acaso Você Chegasse", gravando nos demais anos diversos sambas de sucesso, como: "O Bonde de São Januário", de Ataulfo Alves e Wilson Batista, em 1941, e "Beija-Me", de Roberto Martins e Mário Rossi, em 1943. Em 1945, Cyro grava mais um disco com dois grandes sucessos, que é o tema da postagem de hoje, com "Os Quindins de Ia", de Ary Barroso, no lado A, e "Briga de Amor", de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins. Um disco que, apesar de ter apenas o registro de duas músicas, mostra o talento e a importância deste que é, sem dúvida, um dos maiores sambistas brasileiros de todos os tempos, o grande Cyro Monteiro.

1 - Os Quindins de Iaiá
2 - Briga de Amor

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

1964 - Zimbo Trio

Oi pessoal! Nesta quarta-feira, trago aqui no Blog um disco de um trio que acho simplesmente genial, não só pelas músicas contidas nos mais de 50 discos gravados em mais de 45 anos de carreira, como também pela qualidade musical, pelo talento individual que este trio tem a oferecer. Inicialmente formado por Luiz Chaves no contrabaixo, Rubinho na bateria e Amilton Godoy ao piano, o Zimbo Trio iniciou na carreira da música em 1964, ao lado da cantora e atriz Norma Bengell num show na boate "Oásis", em São Paulo. A partir de 1965, convidado a participar do programa "O Fino da Bossa" ao lado de Elis e Jair, o Zimbo Trio tornou-se atração fixa do programa, acompanhando Elis em seus primeiros sucessos de carreira, Jair em suas performances que levantavam o público com seu "Deixa Isso Pra Lá" e afins, além de encantar a todos com a parte instrumental do programa. Desta relação que durou quase três anos, surgiu o LP "O Fino do Fino", gravado no final de 1965, com Elis Regina, o segundo long-play da carreira do trio. Em 1968, o Zimbo teve sua importante participação no show antológico realizado no Teatro João Caetano, com Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolin e o Grupo Época de Ouro, originando dois long-plays, desta vez gravados ao vivo. Apesar do trio se tornar mais conhecido do público a partir de 1965, ainda no final de 1964 é lançado pela RGE o LP "Zimbo Trio", o primeiro da carreira do trio e tema da postagem de hoje. Embora este seja o LP de estréia do grupo, ele mostra o talento do trio em músicas consagradas da MPB de meados da década de 1960, num momento em que a Bossa Nova dava lugar à musicalidade e à música popular que surgia. Das doze músicas do disco, merecem destaque as músicas "Garota de Ipanema", "Vivo Sonhando", "Inútil Paisagem" e "Barquinho Diferente", clássicos da Bossa Nova, além de "Berimbau", "Consolação", "Sou Sem Paz", "Diz Que Fui Por Aí", e "O Norte". Um disco maravilhoso, para aqueles que, como eu, curtem música de altíssima qualidade e, o melhor de tudo, música genuinamente brasileira.

1 - Zimbo Samba
2 - Menina Flor
3 - Garota de Ipanema
4 - Inútil Paisagem
5 - Barquinho Diferente
6 - Berimbau
7 - Consolação
8 - Diz Que Fui Por Aí
9 - Sou Sem Paz
10 - Vivo Sonhando
11 - Só Por Amor
12 - O Norte

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

1971 - Silvio Caldas - Uma Seresta Inesquecível

Oi pessoal! Nesta quinta-feira ensolarada e quente, típica de verão, trago aqui no Blog mais uma pérola de nossa música brasileira. Trata-se de um LP lançado pelo "caboclinho querido", o eterno Silvio Caldas, considerado como um dos maiores cantores da época de ouro do Rádio, junto com Francisco Alves, Vicente Celestino, Orlando Silva e Mário Reis. Sua carreira teve início em 1927, onde foi convidado para atuar na Rádio Mayrink Veiga até que em 1930 veio sua primeira gravação na RCA Victor com a música "Tracuá Me Ferrô", de Sátiro de Melo. Ainda em 1930, apresentou-se no Teatro Recreio, ao lado da atriz Margaria Max, cantando "Faceira", de Ary Barroso, ainda inédita do público, alcançando algum sucesso. Nos anos seguintes, Silvio Caldas gravou mais alguns sambas de Ary Barroso, inúmeros discos, alcançando também algum sucesso com o samba-canção "Maria", de Ary Barroso e Luiz Peixoto. Em 1933, grava seu primeiro grande sucesso, "Na Aldeia", de sua autoria juntamente com Caruzinho e De Chocolat e no ano seguinte, a valsa-canção "Serenata", que em parceria com Orestes Barbosa, se tornou um dos maiores sucessos de sua carreira. Nos anos que se seguiram, Silvio Caldas se afirmou como um dos maiores cantores de sua época, principalmente a partir do enorme sucesso e repercussão da música "Chão de Estrelas", em parceira com Orestes Barbosa, gravada em 1937. Durante os anos que se seguiram, Silvio Caldas gravou diversos sucessos de sua carreira, como "As Pastorinhas", "Florisbela", "Deusa da Minha Rua", "No Rancho Fundo", "Da Cor do Pecado", "Risque", dentre outros, além de participar de alguns filmes. Já no final da década de 1960, afastou-se diversas vezes da vida artística, indo morar num sítio em Atibaia, diminuindo consideravelmente o volume musical produzido depois disso. E, em 1971, o disco tema da postagem de hoje, "Uma Seresta Inesquecível", é lançado pela gravadora CBS. Contudo, como esse disco foi lançado numa época em que a produção musical de Silvio Caldas estava reduzida, além de não constar em sua discografia no Dicionário Cravo Albin e possuir músicas gravadas em velhos discos de 78 RPM, infiro que se trate de uma coletânea lançada em homenagem a um dos maiores cantores brasileiros das décadas de 1930, 1940 e 1950. Dentre as músicas do repertório deste disco, destacam-se "Poema dos Olhos da Amada", "Favela", "Feitio de Oração", "Ave Maria", "Meus Vinte Anos", "Casinha Pequenina" e "Minha Palhoça". Um disco fantástico que mostra o talento, a voz e alguns dos grandes sucessos da carreira deste cantor que, embora hoje em dia não seja muito lembrado, ouvido e referenciado, sem dúvida faz parte do rol dos maiores cantores que nossa música brasileira possui.

1 - Ave Maria
2 - Favela
3 - Casinha Pequenina
4 - Sorris da Minha Dor
5 - Minha Palhoça
6 - Serenata
7 - A Voz do Violão
8 - Meu Companheiro
9 - Poema dos Olhos da Amada
10 - Feitio de Oração
11 - Meus Vinte Anos
12 - Até Breve

domingo, 1 de janeiro de 2012

1968 - Alegria, Alegria Vol. 2 ou Quem Não Tem Swing Morre Com a Boca Cheia de Formiga - Wilson Simonal

Oi pessoal! Um feliz Ano Novo a todos vocês que acompanham, gostam e estão conhecendo este trabalho, que tem a finalidade de divulgar, relembrar e não deixar de forma alguma cair no esquecimento, o que a nossa música brasileira tem de melhor a nos oferecer. E nada melhor que neste primeiro dia do novo ano trazer o carisma, o talento e um pouco da história de um dos maiores nomes da história da música brasileira, o carioca Wilson Simonal. Cantando em bailes na noite, como crooner, Simonal iniciou sua carreira até que, em 1961, gravou seu primeiro disco com a música "Terezinha", de Carlos Imperial, apresentou-se no programa "Os Brotos Comandam", na Tv Continental, com direção do mesmo Carlos Imperial, além de ter sido levado pela dupla Miele e Bôscoli ao famoso Beco das Garrafas, onde fez enorme sucesso. Dois anos mais tarde, lançou pela gravadora Odeon seu primeiro disco, "Tem Algo Mais", com destaque para a música "Balanço Zona Sul", de Tito Madi, um dos seus primeiros sucessos em escala nacional. Em 1964, Wilson Simonal viajou com o Bossa Três e o pianista Luis Carlos Vinhas pela América do Sul e Central, gravando seu segundo long-play - "A Nova Dimensão do Samba" - ainda no mesmo ano. Devido a sua grande popularidade e vertiginoso sucesso, Simonal foi convidado a apresentar o programa "Show em Si-Monal", pela Tv Record de São Paulo, em 1966, dirigido por Carlos Imperial. Neste programa, apresentado durante pouco mais de um ano, Simonal mostrou todo o seu talento, emplacando diversos sucessos de sua carreira, como "Mamãe Passou Açúcar Em Mim", "Sá Marina", "Carango", "Mustang Côr de Sangue", dentre muitos outros. Em 1968, em meio a esse enorme sucesso e grande popularidade, Simonal lança pela Odeon o disco tema da postagem de hoje, com o título "Alegria, Alegria Vol. 2 ou Quem Não Tem Swing Morre Com a Boca Cheia de Formiga", com músicas que se tornaram marcos de sua carreira, como "Sá Marina", de Tibério Gaspar e Antonio Adolfo, e "Zazueira", de Jorge Ben, além de "Cai Cai", de Roberto Martins, "Vamos S'imbora", do próprio Simonal, "Recruta Biruta", de Alberto Ribeiro, Antonio Almeida e Nássara, e "Paraíba", de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, músicas alegres, que trazem a marca, a "pilantragem" e o talento inconfundível de Wilson Simonal. Também merecem destaque as músicas " De Como Um Garoto Apaixonado Perdoou Por Causa de Um dos Mandamentos", de Nonato Buzar, Chico Anísio e do próprio Simonal, "Cartão de Visita", de Edgardo Luiz e Nilton Pereira de Castro, e "Neste Mesmo Lugar", de Armando Cavalcanti e Klécius Caldas, um grande sucesso da carreira de Dalva de Oliveira. Eu, como um dos muitos admiradores da música de Simonal, sou suspeito para falar a respeito deste que considero um dos maiores cantores do Brasil. Contudo, é importante lembrar a importância que Simonal trouxe à música brasileira da época, com seu swing característico, seu talento único e seu carisma inconfundível e que foi esquecido pelo público a partir de falsas acusações ao seu respeito. Fica aqui a homenagem do Blog da Música Brasileira a este nome inesquecível da música brasileira que é Wilson Simonal.

2 - Cai Cai
3 - Manias
4 - Recruta Biruta
5 - Neste Mesmo Lugar
6 - Zazueira
7 - Não Tenho Lágrimas
8 - De Como Um Garoto Apaixonado Perdoou Por Causa de Um dos Mandamentos
9 - Cartão de Visita
10 - Paraíba
11 - Gosto Tanto de Você
12 - Vamos S'imbora