sábado, 21 de abril de 2012

1955 - Baião com Carmélia Alves

Oi pessoal! Neste sábado, 21 de abril, em que comemoramos os 220 anos da morte de Tiradentes, num dos principais movimentos pró-independência da história deste país, e os 52 anos da inauguração de Brasília, capital projetada e idealizada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, trago aqui no Blog um disco maravilhoso de nossa música brasileira, gravado pela Rainha do Baião, a carioca Carmélia Alves. Sua carreia iniciou-se no início dos anos 40 ao cantar músicas do repertório de Carmen Miranda no programa "Picolino" da Rádio Mayrink Veiga, à convite de Barbosa Júnior. Alguns anos mais tarde, é contratada pela rádio, ganhando seu primeiro programa semanal e, depois, pelo Copacabana Palace, como crooner do hotel, ganhando uma soma de 100 mil-réis por dia de apresentação, tendo suas apresentações retransmitidas por todo o Brasil pela Rádio Nacional. Em 1943, gravou seu primeiro disco pela gravadora RCA Victor, bancando com suas próprias economias, com as músicas "Quem Dorme No Ponto É Chofer", de Assis Valente, e "Deixei de Sofrer", de Horondino Silva e Popeye do Pandeiro. Seis anos mais tarde, gravou com Ivon Curi seu primeiro grande sucesso, "Me Leva", de Hervê Cordovil e Rochinha. Nos anos seguintes, continua gravando inúmeros sucessos, direcionando sua carreira para as músicas e os temas regionais, sendo chamada de "A Rainha do Baião" que, juntamente com Luiz Gonzaga ("O Rei"), Luiz Vieira ("O Príncipe"), e a então iniciante Claudette Soares ("A Princesa"), integra a "Corte do Baião". Até 1954, Carmélia grava inúmeros sucessos de sua carreira pela gravadora Continental, alcançando fama nacional e internacional, sendo convidada a gravar um disco na Alemanha pela gravadora Telefunken. Em 1955, muda para a gravadora Copacabana, também gravando muitos discos e revelando sucessos. E, neste ano, para coroar o público que tanto admirava Carmélia Alves e seus baiões, a gravadora Continental lança um LP de dez polegadas, com os maiores sucessos da cantora lançados pela gravadora ao longo dos anos, numa pequena (mas riquíssima e belíssima) coletânea, contendo oito músicas que, dentre elas, merecem destaque: "Sabiá Na Gaiola", de Hervê Cordovil e Mario Vieira, "Saia de Bico", de Braguinha, "Esta Noite Serenou", "Eh! Boi" e "Cabeça Inchada", todas de Hervê Cordovil, e "No Mundo do Baião - I", Pot-Pourri de vários compositores. Um disco fantástico, que merece ser ouvido, lembrado, referenciado e, principalmente, dar-se a importância merecida à cantora que, não por coincidência, ficou conhecida como Rainha, e que por seu imenso talento e suas músicas memoráveis, ficará para sempre na história da música popular brasileira, como a eterna cantora do Rádio, Carmélia Alves.

1 - Sabiá na Gaiola
2 - Cabeça Inchada
4 - No Mundo do Baião - I
5 - Eh! Boi
6 - Adeus, Adeus Moreno
8 - No Mundo do Baião - II

sábado, 14 de abril de 2012

1960 - Choros Famosos - Ademilde Fonseca

Oi pessoal! Neste sábado de sol e céu azul, trago aqui no Blog um disco em homenagem a uma das maiores cantoras brasileiras da era de ouro do Rádio, a cantora Ademilde Fonseca, falecida no último dia 27 de março. Natural do Rio Grande do Norte, Ademilde se mudou para o Rio de Janeiro na década de 1940, trabalhando e cantando em programas de rádio até que, em 1942, obteve seu primeiro sucesso com a música já consagrada por Carmen Miranda, "Tico-Tico No Fubá", com a Regional de Benedito Lacerda. Neste mesmo ano, gravou seu primeiro disco pela Columbia, gravando esta música e, no outro lado, o samba "Voltei do Morro", alcançando grande sucesso e reconhecimento do público. Nesta época, sua fama se espalhou rapidamente, e os compositores de choros a procuravam para gravar suas músicas, ficando conhecida como a "Rainha do Chorinho". Em 1944, foi contratada pela Rádio Tupi, gravando ainda nesse ano a música "Brinque à Vontade!" e, no ano seguinte, "O Que Vier Eu Traço", de Osvaldo dos Santos e Zé Maria. Em 1950, gravou dois dos maiores sucessos de sua carreira, já pela gravadora Philips: "Brasileirinho", de Waldir Azevedo e Pereira da Costa, e "Teco-Teco", de Pereira da Costa e Milton Vilela. No ano seguinte, pela gravadora Todamérica, gravou dois clássicos do choro, "Galo Garnizé" e "Pedacinhos do Céu", além do baião "Delicado", de Waldir Azevedo e Ari Vieira. Em 1954, pela Rádio Nacional, acompanhou os regionais de Canhoto, Jacob do Bandolim e Pixinguinha, além de gravar, no ano seguinte, "Rio Antigo", de Altamiro Carrilho e Augusto Mesquita e "Polichinelo", de Gadé e Almanir Gago. Em 1957, pela gravadora Odeon, gravou o samba "Telhado de Vidro", além de ficar em terceiro lugar no concurso de "Rei e Rainha do Rádio". Em 1958, gravou seu primeiro long-play, "À La Miranda", com músicas do repertório de Carmen, em homenagem à pequena notável e, no ano seguinte, gravou "Na Baixa do Sapateiro", de Ary Barroso, além de gravar seu segundo LP, desta vez pela Philips, "Voz +Ritmo = Ademilde Fonseca". Finalmente, em 1960, temos a gravação do disco tema da postagem de hoje: "Choros Famosos", com destaque para as músicas "Carinhoso", "Tico-Tico No Fubá", "O Que Vier Eu Traço", "Delicado", "Apanhei-te Cavaquinho", "Comigo É Assim", "Doce Melodia" e "Pedacinho do Céu". Uma das maiores cantoras brasileiras, inigualável nas suas interpretações de choros, com um fôlego impressionante e importância sem igual para a nossa música. Uma perda irreparável para nossa música e história brasileiras e que, no estilo do chorinho que a consagrou, deixa uma lacuna que, certamente, não será preenchida, nem sequer esquecida.

1 - Tico-Tico No Fubá
2 - Sonhando
3 - Dinorah
4 - Apanhei-te Cavaquinho
5 - Pedacinho do Céu
6 - Sonoroso
7 - Flor do Abacate
8 - O Que Vier Eu Traço
10 - Carinhoso
11 - Doce Melodia
12 - Delicado

quinta-feira, 5 de abril de 2012

1960 - Ninguém Me Ama - Nora Ney

Oi pessoal! Nesta quinta-feira santa, posto aqui no Blog um disco de uma cantora ainda inédita por aqui. Trata-se da cantora Nora Ney, um dos maiores nomes da música brasileira, especialmente no gênero samba-canção. Dona de uma voz grave e grande talento, iniciou sua carreira no início da década de 1950 na Rádio Tupi, no programa "Fantasias Musicais", cantando músicas internacionais. No início dos anos 50, a cantora, inspirada em sucessos de Aracy de Almeida e incentivada por Haroldo Barbosa, deixa de cantar músicas internacionais e passa a cantar músicas nacionais, sambas-canção e boleros, gêneros musicais que marcaram sua carreira e a música brasileira da época. Em 1952, Nora Ney foi convidada pela Continental para gravar seu primeiro disco, que contou com as músicas "Menino Grande", do ainda desconhecido compositor Antonio Maria, que se tornou o primeiro grande sucesso da carreira da cantora, e "Quanto Tempo Faz", de Paulo Soledade e Fernando Lobo. Ainda no mesmo ano, Nora Ney grava o maior sucesso de sua carreira, "Ninguém Me Ama", consagrada como símbolo do samba-canção da época, inspirando até o cantor Nat King Cole a gravar essa música anos depois, em uma turnê pelo Rio de Janeiro. Em 1953 gravou os sucessos de "De Cigarro em Cigarro", de Luis Bonfá e "Preconceito", de Antonio Maria e Fernando Lobo, sendo também eleita "Rainha do Rádio" no mesmo ano. Nos anos seguintes, gravou inúmeros sucessos, como "Aves Daninhas", de Lupicínio Rodrigues, e "Se A Saudade Me Apertar...", de Ataulfo Alves e Jorge de Castro. Em 1955, gravou seu primeiro LP, com as músicas "Quando a Noite Me Entende", de Vinicius de Moraes e Antonio Maria, "Se Eu Morresse Amanhã", de Antonio Maria, e "O Que Vai Ser de Mim", uma das primeiras músicas gravadas do maestro Tom Jobim. Ainda nesse mesmo ano, Nora Ney gravou pela primeira vez rock no Brasil, com a música "Rock Around the Clock", de Bill Halley e, no ano seguinte, o samba "Só Louco", de Dorival Caymmi. Nos anos seguintes, gravou os sucessos "Se O Negócio É Sofrer", de Mário Lago e Chocolate, "Saudade da Bahia", de Dorival Caymmi, a valsa "Chove Lá Fora", de Tito Madi, "Vai, Mas Vai Mesmo", de Ataulfo Alves, "Castigo" e "Solidão", de Dolores Duran. No final dos anos 1950, viaja com Jorge Goulart, seu marido com quem viveu a maior parte de sua vida, pela América do Sul, Europa e África. Em 1960, Nora Ney grava o disco "Ninguém Me Ama", tema da postagem de hoje, pela RCA Victor. Destacam-se, neste disco, além do sucesso de "Ninguém Me Ama", as músicas "Menino Grande", "Felicidade", "Telecoteco Nº 2", "De Cigarro em Cigarro", "Você Nasceu Pro Mal" e "Preconceito". Um disco fantástico, que mostra o estilo inconfundível de Nora Ney, com suas interpretações carregadas de emoção, em sambas-canção inconfundíveis, com a marca de uma das maiores cantoras que o Brasil já teve e que, infelizmente, hoje em dia é pouco lembrada pela mídia e pelo público. Fica aqui registrada a homenagem do Blog da Música Brasileira à esta cantora única em seu estilo, impecável em sua voz: pura e simplesmente Nora Ney.

1 - Ninguém Me Ama
2 - Felicidade
3 - Preconceito
4 - Bar da Noite
5 - De Cigarro em Cigarro
6 - Menino Grande
7 - Você Nasceu Pro Mal
8 - Saudade Mentirosa
9 - Telecoteco Nº 2
10 - Contraste
11 - Imenso Amor
12 - Mentira