Oi pessoal! Neste sábado ensolarado, primeiro de outubro, posto aqui no Blog mais um disco do cantor, compositor e violonista João Bosco. Vindo de uma família cheia de músicos, foi desde criança incentivado a tocar violão na sua Minas natal. No final da década de 1960, conhece Vinicius de Moraes, um dos maiores compositores e poetas brasileiros de todos os tempos, com quem compõe algumas músicas, como "Rosa dos Ventos", "O Mergulhador" e "Samba do Pouso". Alguns anos mais tarde, em 1971, sua vida daria uma reviravolta no âmbito musical ao conhecer o parceiro de muitos e grandes sucessos da música de João Bosco, o também compositor de grandes sucessos Aldir Blanc. A primeira música de João Bosco em parceria com Aldir a ser gravada foi a música "Agnus Sei", lançada em 1972 no lado B do compacto "O Tom de Tom Jobim e o Tal de João Bosco", lançado pelo jornal "O Pasquim", e interpretada pelo próprio João. Muito embora o lado A do compacto apresentasse a música antológica "Águas de Março", interpretada pelo próprio Tom, "Agnus Sei" despertou o talento de João para muitos cantores e músicos da época, além do próprio público geral. E uma cantora em especial começou a se interessar especialmente pela música de João: Elis Regina. Assim, ainda em 1972, Elis grava de dupla João e Aldir, a primeira de uma série de canções que se tornariam célebres, antológicas de nossa MPB: "Bala com Bala". Dentre os demais sucessos de João e Aldir na voz e interpretação de Elis estão as músicas "Agnus Sei", "O Caçador de Esmeralda", "Cabaré", "Cobra Criada", "O Mestre-Sala dos Mares", "O Rancho da Goiabada", "Dois Pra Lá, Dois Pra Cá", "Transversal do Tempo", "Caça à Raposa" e uma que acho fantástica: "O Cavaleiro e os Moinhos", gravada no disco da trilha do show "Falso Brilhante". Destaco especialmente a música "O Bêbado e a Equilibrista", gravada por Elis em 1979 no álbum "Elis, Essa Mulher", tornando-se um hino de protesto contra a ditadura em favor da anistia, alcançada em agosto do mesmo ano. E, nesta época, João lança seu disco "Linha de Passe", que contém além de "O Bêbado e a Equilibrista", as músicas não menos importantes "Cobra Criada", cantada por Elis no "13º Montreux Jazz Festival", na Suiça, no mesmo ano, "Sudoeste", "Linha de Passe", "Ai, Aidée", "Parati", "Boca de Sapo" e "Conto de Fada". Um disco que mostra a importância de João Bosco para a música brasileira, sendo o protagonista de inúmeros sucessos e músicas marcantes da história da nossa Música Popular Brasileira.
1 - Linha de Passe
2 - Conto de Fada
3 - Sudoeste
4 - Parati
5 - Patrulhando (Mara)
6 - O Bêbado e a Equilibrista
7 - Boca de Sapo
8 - Cobra Criada
9 - Ai, Aidée
10 - Natureza Viva
11 - Patrulhando (Masmorra)
Não há muito mais o que comentar sobre os grandes João Bosco e Aldir Blanc, esses monstros sagrados dispensam mais comentários e reforços em críticas.
ResponderExcluirSó o que posso dizer é que concordo em gênero, número e grau com o Blog da Música Brasileira com relação ao álbum "Linha de Passe", de 1979. É o tipo da coisa que não se repetirá na música brasileira: lindo disco, perfeito, sonoro, um disco TOTALMENTE BRASILEIRO EM TUDO E POR TUDO, numa linguagem musical deliciosa de se ouvir! Paisagens BRASILEIRAS, autenticamente BRASILEIRAS, em forma de música e letra, e sempre com o samba como base, coisas que só o João e o Aldir sabem fazer, com esse estilo peculiar deles: diversão, reflexão social, lirismo abundante e PURA BRASILIDADE!
João Bosco e Aldir Blanc não são passíveis de ser copiados, pra deleite de todos aqueles que sabem o valor da MPB, do samba, do bolero, e de todos os ritmos que esses dois gênios sabem encampar em suas composições! Eles são eternos!
Parabéns ao Blog da Música Brasileira por se posicionar com tanta propriedade sobre o disco "Linha de Passe"! Esse disco realmente é algo raro, e é algo paradoxal saber que com os parcos recursos de gravação da época (1979) se faziam sonoridades lindas, com acompanhamento instrumental de primeira e melodia e letra de verdade, relatando coisas sérias ou, quando brincando, brincando com elegância nas letras; enquanto que hoje (2013), com toda tecnologia áudio que se tem à disposição, com inúmeros canais de gravação, muitíssimo superior à que se tinha em 1979, não se consegue mais fazer sons como os que a dupla dinâmica João & Aldir faziam ao longo da década de 1970! Mas não se consegue mesmo, nem de longe, tentar imitar o som dos primeiros discos de João Bosco hoje em dia!
Gosto bastante de Joao Bosco, realmente é um artista ímpar na MPB. Convido a todos para curtir a banda carioca docas que mescla a MPB ao pop: www.facebook.com/bandadocas. Saudações!
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