Oi pessoal! Neste último dia 8 de junho lembramos com saudade do cantor Jair Rodrigues, que nos deixou há um mês atrás, deixando órfãos seus fãs e admiradores de sua alegria, seu talento e sua carreira de mais de 50 anos de muitos sucessos. Nascido em Igarapava, interior de São Paulo em 6 de fevereiro de 1939, Jair Rodrigues iniciou sua carreira aos dezoito anos, cantando como
crooner em casas noturnas no interior de São Paulo. No início dos anos 1960, se mudou para a capital paulista, participando de programas de calouros, com destaque para o "Programa de Claúdio de Luna", apresentado pela Rádio Cultura, no qual obteve o primeiro lugar. Dois anos mais tarde, Jair grava seu primeiro disco, um 78 rpm, com duas músicas para a Copa do Mundo daquele ano: "Brasil Sensacional" e "Marechal da Vitória", ambas de Alfredo Borba e Edson Borges, sendo a segunda muito tocada na Rádio Record na época. Lançou entre 1962/63 alguns outros discos, como os velhos bolachões "Tem Bobo Pra Tudo" (João Correa da Silva / Manoel Brigadeiro) e "O Morro Não Tem Vez" (Antonio Carlos Jobim / Vinicius de Moraes), este com Portinho e sua orquestra, e "Brigamos" (Jorge Costa / Nairson Menezes) e "Feio Não É Bonito" (Carlos Lyra / Gianfrancesco Guarnieri), e compactos simples, dentre os quais merece destaque o disquinho "Balada do Homem Sem Deus", de Fernando César e Agostinho dos Santos, e "Coincidência", de Venâncio e Corumba. No início de 1964, Jair lança seu primeiro long-play, "O Samba Como Ele É", pela gravadora Philips, a qual o acompanharia por quase 20 anos de carreira. Neste mesmo ano, o samba "Deixa Isso Pra Lá", de Alberto Paz e Edson Menezes, interpretado com a gesticulação característica de Jair, tornou-se seu primeiro grande sucesso, alcançando repercussão nacional e grande popularidade, sendo gravado no long-play "Vou de Samba Com Você" e lançado no final de 1964. Atualmente, esta música é considerada a precursora do "rap" nacional, por seu refrão "falado". No início de 1965, Jair foi convidado a participar do programa "Almoço com as Estrelas", apresentado por Airton e Lolita Rodrigues na Tv Tupi, onde conheceu a então estreante cantora gaúcha Elis Regina, que se tornaria uma grande parceira musical e sua grande amiga. Neste mesmo ano, Elis foi convidada por Walter Silva para fazer um espetáculo no Teatro Paramount, em São Paulo, juntamente com Wilson Simonal e o Zimbo Trio. Porém, como o Simonal e o Zimbo Trio já tinham fechado um contrato para uma excursão internacional com a Rhodia, Walter Silva convidou para o lugar deles ao lado de Elis o Jongo Trio e o violonista Baden Powell, que já havia viagem marcada para a Alemanha e não podia participar. E, para o lugar do compositor carioca, Walter Silva convidou Jair Rodrigues, que estava se apresentando com sucesso na Boate Cave, aceitando, assim, o convite. O espetáculo, marcado para os dias 9, 10 e 11 de abril de 1965 transformou-se num imenso sucesso de público e crítica, projetando a carreia de ambos no cenário musical da época. Logo após a seqüência de shows, Elis se apresentou na final do I Festival de Música Brasileira, conquistando o primeiro lugar com a música "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes, transformando-se num dos ícones da música brasileira. E a partir daí, foi contratada pela Tv Record, juntamente com Jair Rodrigues e o Zimbo Trio, para apresentar o programa "O Fino da Bossa", o qual rendeu aos dois sucesso e reconhecimento do público nacional e internacionalmente. No final de 1965, o LP "Dois Na Bossa", gravado ao vivo, contendo a trilha sonora do show apresentado no Paramount, foi lançado ao público, alcançando a surpreendente marca de mais de 1 milhão de discos vendidos. No ano seguinte, Elis e Jair lançam o segundo disco da dupla (Dois Na Bossa Nº 2), também gravado ao vivo, só que desta vez no Teatro Record, também alcançando grande sucesso de público e crítica. Neste ano de 1966, Elis e Jair participam do II Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela Tv Record, onde Elis conquistou o quinto lugar com "Ensaio Geral", de Gilberto Gil, e Jair conquistou o público, ao emplacar o primeiro lugar com "Disparada", empatada com a inesquecível "A Banda", de Chico Buarque, interpretada por Nara Leão e o próprio compositor. Sucesso absoluto, Jair se consagrou neste festival, lançando ainda neste mesmo ano o LP "O Sorriso de Jair", tema da postagem de hoje, gravado ao vivo no Teatro Record de São Paulo, que nos traz o sucesso de "Disparada", além de "Chão de Estrelas", clássico de Silvio Caldas, "Vem Chegando a Madrugada", de Noel e Zuzuca, "A Rita", de Chico, além do "Pot-Pourri: Louco / Meu Fraco é Mulher / Emília / Fechei A Porta / Só Eu Sei / Volta / Dá-Me", e de "Vem, Menina", "Deixa Como Está", "Inaê", "Fiz Meu Amor de Manhã", "Contracanto", "O Chegar da Primavera", "Rapaz da Moda" e "Balanço do Jequibau". Um disco sensacional, que traz a alegria de Jair num dos momentos mais intensos e felizes de sua carreira musical, mesclando clássicos e sucessos da sua canção, além de nos prestigiar com boa música essencialmente brasileira, típicos sambas na interpretação do inesquecível Jair Rodrigues.
1 -
Disparada (Geraldo Vandré / Théo de Barros)
2 -
Vem Chegando A Madrugada (Zuzuca / Noel Rosa)
3 - Rapaz da Moda (Evaldo Gouveia / Jair Amorim)
4 - Contracanto (Paulinho Nogueira)
5 - O Chegar da Primavera (Luiz Henrique Rosa / Niltinho Tristeza)
6 -
A Rita (Chico Buarque)
7 - Vem, Menina (Gilberto Gil / Torquato Neto)
8 - Pot-Pourri: Louco (Henrique de Almeida / Wilson Batista) / Meu Fraco É Mulher (Conde / Heitor de Barros) / Emília (Wilson Batista / Haroldo Lobo) / Fechei A Porta (Sebastião Mota / Ferreira dos Santos) / Só Eu Sei (Francisco Ávilla / J. Marques Ferraz) / Volta (Djalma Ferreira / Luiz Bandeira) / Dá-Me (Adylson Godoy)
9 -
Chão de Estrelas (Orestes Barbosa / Silvio Caldas)
10 - Inaê (Vera Brasil / Maricenne Costa)
11 - Deixa Como Está (José Di)
12 - Fiz Meu Samba de Manhã (César Roldão Vieira)
13 - No Balanço do Jequibau (Mario Albanese / Ciro Pereira)
Uma singela homenagem do Blog da Música Brasileira a este artista alegre, "pra cima", que revolucionou a música brasileira nas décadas de 1960, 70 e 80 (principalmente) com seus sucessos, seu carisma e seu talento. Obrigado Jair! A música brasileira tem orgulho de ter você em sua história, e jamais se esquecerá da sua alegria de cantar, de viver, de sambar! Viva Jair!
Parabéns pelo belo blog !! Bem legal saber que ainda existe blogs que valoriza nossa música popular
ResponderExcluirParei com o Nada será como antes... há tempos por causa de terem acabado com os baixadores, mas enfim...
Belo blog, abraço !!
Ótimo post, o Jair vai fazer muita falta. Além de ser um ótimo cantor, por onde ele passava, esbanjava alegria.
ResponderExcluirSó nos resta passar para a próxima geração suas músicas para que permaceçam presentes no dia a dia dos brasileiros.
Beijos,
Beatriz
Amei !!
ResponderExcluir