Oi pessoal! Nesta sexta-feira, trago aqui no Blog mais um disco do gaúcho Nelson Gonçalves. Dono de uma voz única, característica, Nelson Gonçalves se mudou ainda criança para São Paulo, trabalhando na adolescência de engraxate, jornaleiro, mecânico, polidor, tamanqueiro e lutador de boxe, tornando-se aos dezesseis anos campeão paulista, na categoria peso-médio. Mesmo sendo gago (o que lhe originou o apelido "metralha"), Nelson insistiu no sonho de ser cantor, mudando-se para o Rio de Janeiro em 1939 em busca deste sonho. Já no Rio, participou de inúmeros programas de calouros, sendo até aconselhado por Ary Barroso a desistir de seu sonho, diante das reprovações. Em 1941, após quase dois anos de tentativas sem sucesso, conseguiu gravar seu primeiro disco, pela Victor, sendo este 78RPM bem recebido pelo público e pela crítica. Nesta época, foi convidado a ser crooner Casino Copacabana (estabelecido no Hotel Copacabana Palace), assinando um contrato com a Rádio Mayrink Veiga e iniciando uma carreira de sucesso no rádio, inspirando-se nos já consagrados Francisco Alves e Orlando Silva. Durante as décadas de 1940 e 1950 grava inúmeros sucessos, como "A Última Seresta" (Adelino Moreira / Sebastião Santana), "Maria Bethânia" (Capiba), "Caminhemos" (Herivelto Martins), "Meu Vício É Você" (Adelino Moreira) e "A Volta do Boêmio" (Adelino Moreira), esta última considerada o seu maior sucesso e que lhe conferiu a alcunha de "Boêmio". Em 1952, casa-se com Lourdinha Bittencourt, substituta de Dalva de Oliveira no célebre Trio de Ouro, ficando juntos até 1959. Nesta época, o cantor se envolve com as drogas, fato este que quase levou ao final de sua carreira e sua vida, chegando a ser preso em flagrante, em meados de 1965. Com o apoio da família e amigos, deu a volta por cima, retomou sua brilhante carreira de sucesso e reconquistou o público que há tanto o admirava. Este disco, por sua vez, embora tenha sido lançado nesta fase triste da vida de Nelson, traz em seu repertório verdadeiras jóias musicais, com destaque especial para "Risque", imortalizada por Linda Batista, "Cadeira Vazia", uma das mais conhecidas letras de Lupicínio Rodrigues, "Dora", composição do mais baiano dos compositores, Dorival Caymmi, "Folha Morta" e "Ave Maria", grandes sucessos na voz de Dalva de Oliveira, "Da Cor do Pecado", "Tudo de Mim", que dá nome ao disco, "Cabelos Brancos", registrada em disco de Silvio Caldas, com mesmo nome, "Nossa Comédia" e "A Mesma Rosa Amarela". Um disco interessante, pela história e importância que cada uma das faixas representa para a história de nossa música brasileira, interpretadas pelo Rei do Rádio, uma das maiores vozes que o Brasil já teve e tem orgulho de se lembrar, ouvir e se emocionar: o eterno Nelson Gonçalves.
01 – Risque (Ary Barroso)
02 – Da Cor do Pecado (Bororó)
03 – Tudo de Mim (Evaldo Gouveia / Jair Amorim)
04 – Nossa Comédia (Custódio Mesquita / Evaldo Ruy)
05 – Cadeira Vazia (Lupicínio Rodrigues / Alcides Gonçalves)
06 – Dora (Dorival Caymmi)
07 – Folha Morta (Ary Barroso)
08 – Cabelos Brancos (Herivelto Martins / Marino Pinto)
09 – Ave Maria (Vicente Paiva / Jayme Redondo)
10 – Sinto-me Bem (Ataulfo Alves)
11 – Noite Cheia De Estrelas (Cândido das Neves)
12 – A Mesma Rosa Amarela (Capiba e Carlos Pena Filho)
Muito bom o post e o blog, Parabéns !
ResponderExcluirtudo de bom,tudo do nelson,tudo de mim.
ResponderExcluirA voz de Nelson Gonçalves era mesmo incrivel e muito marcante.
ResponderExcluirSem palavras para esse musico
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