Oi pessoal! Neste domingo, trago mais um disco do cantor e compositor Chico Buarque. Um dos mais conhecidos e populares nomes da
MPB, Chico Buarque iniciou sua carreira como compositor com as músicas "Canção dos Olhos", de 1961, e com "Pedro Pedreiro" e "Sonho de Um Carnaval" de 1965, sendo esta última inscrita no I Festival Nacional da Música Popular Brasileira, promovido pela
Tv Excelsior no mesmo ano. Nos anos seguintes, tornou-se "unanimidade nacional", como uma vez escreveu
Millôr Fernandes, ao participar e classificar músicas nos festivais promovidos pela
Tv Record nos anos seguintes: "A Banda", com
Nara Leão, 1º lugar do II Festival de
MPB de 1966; "Roda Viva", com o grupo
MPB-4, 3º lugar do III Festival de
MPB de 1967; "Carolina", interpretado por
Cynara e
Cybele, 3º lugar do II Festival
Internacional da Canção de 1967; "Bom Tempo", 2º lugar na I Bienal do Samba de 1968; "
Benvinda", 1º lugar pelo júri popular no IV Festival de
MPB de 1968; e "Sabiá", de Chico e Tom
Jobim, interpretada por
Cynara e
Cybele, 1º lugar do III
FIC, também de 1968. Sob ameaça do Regime
Miltar, se exila na Itália em 1969, onde se apresentou pela Europa ao lado de
Toquinho. Na Itália, tornou-se amigo do cantor
Lucio Dalla, com quem compôs a música "Minha História" e em sua viagem pela França, Chico compõe "Samba de
Orly". Aqui no Brasil, suas músicas "Cálice" e "Apesar de Você" foram censuradas e proibidas pelo regime, o que o forçou a criar o
pseudônimo Julinho da Adelaide, de forma que suas músicas passassem pela censura, como aconteceu com "Milagre Brasileiro", "Jorge Maravilha" e "Acorda Amor". De volta ao Brasil, compôs as músicas "Partido Alto" e "Construção", tema do disco lançado por Chico em 1971 e que traz além de "Construção" as músicas "Samba de
Orly", "Deus Lhe Pague" e "Minha História". Nesta época, apresentou-se pelo Brasil com Maria
Bethânia e Caetano Veloso, originando um disco gravado ao vivo em 1972. No ano seguinte, Chico escreve a peça"
Calabar: o Elogio da Traição", que mostra a traição de Domingos Fernandes
Calabar por escolher os holandeses à Coroa Portuguesa na época em que Portugal estava empenhado em expulsar os holandeses das terras da
colônia. A peça foi censurada pelo regime em 1974, o que lhe rendeu o disco com o nome de "Chico Canta" ao invés do título oficial. A peça só seria remontada seis anos depois. Nos anos seguintes, lança o disco "Sinal Fechado" (1974), "Chico Buarque e Maria
Bethânia ao Vivo" (1975) e, em 1976, escreve uma carta em forma de música dirigida ao
diretor teatral Augusto
Boal, que se encontrava exilado em Portugal, sob o nome de "Meu Caro Amigo", lançada no disco "Meus Caros Amigos", de 1976, que traz também as músicas "Mulheres de Atenas" e "O Que Será (A Flor da Pele)". Em 1978 lança o disco "Chico Buarque", com as músicas "Apesar de Você" e "Cálice", e, no ano seguinte, escreve a peça "Ópera do Malandro", baseada na "Ópera dos Mendigos" (1728), de John
Gay, e em "Ópera de Três Vinténs" (1928), de
Bertolt Brecht e
Kurt Weill. Em 1980, Chico lança o disco "Vida", com destaque para a música "Morena de Angola", e em 1981, lança o disco tema da
postagem de hoje, "Almanaque". Neste disco, destacam-se as músicas "Moto-Contínuo", "Almanaque", "O Meu
Guri", "Ela É Dançarina", "Tanto Amar", "A Voz do Dono e o Dono da Voz", "Amor Barato" e "As
Vitrines". Um disco fantástico, com uma atmosfera meio mágica, com músicas que não são tão divulgadas e conhecidas de Chico, mas que mostram todo o talento e a
característica marcante de Chico em transformar temas do
cotidiano em letras sensacionais, e letras e composições, em verdadeiras obras-primas.
1 - As Vitrines
2 - Ela É Dançarina
3 - O Meu Guri
4 - A Voz do Dono e o Dono da Voz
5 - Almanaque
6 - Tanto Amar
7 - Angélica
9 - Amor Barato
Adoro Chico!
ResponderExcluir"Angélica": Homenagem póstuma a Zuzu Angel, mãe de Stuart Angel Jones, sequestrado, torturado e assassinado aos vinte e seis anos pelos órgãos de repressão de 1971.
ResponderExcluirAngélica (1977)
Miltinho e Chico Buarque
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
Só queria lembrar o tormento
Que fez meu filho suspirar
Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar
Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino
Que ele não pode mais cantar