domingo, 20 de novembro de 2011

1965 - Maria Bethânia

Oi pessoal! Neste domingo, posto aqui no Blog mais um disco antológico de nossa música brasileira. Lançado em 1965, este disco é o primeiro long-play da carreira da baiana Maria Bethânia. Recém-chegada ao Rio de Janeiro, foi convidada em 1965 a substituir a cantora Nara Leão no espetáculo Opinião, que se realizava no Rio de Janeiro na época. Juntamente com os sambistas João do Vale e Zé Ketti, Bethânia se transformou numa das mais jovens promessas, com a interpretação forte, impassível e certeira de "Carcará", o primeiro dos muitos sucessos que marcaram sua carreira. Neste disco, Bethânia nos traz alguns dos sucessos do show, como "Missa Agrária / Carcará", além de "Feitio de Oração" e "O X do Problema", de Noel Rosa - sendo a primeira também do compositor carioca Vadico -, "De Manhã" e "No Carnaval", ambas do irmão ainda pouco conhecido do público, Caetano Veloso, "Nunca Mais", de Dorival Caymmi, "Mora Na Filosofia", de Monsueto e Arnaldo Passos, "Anda Luzia", de João de Barro, e "Pombo-Correio". Um disco que marca o início da carreira de Bethânia, que mostra o talento e um repertório incrível de uma artista que, ainda no início da carreira, sabia muito bem onde queria chegar: no patamar das grandes cantoras brasileiras, posto em que se firmou para sempre na história da música brasileira desde então.

1 - De Manhã
2 - Só Eu Sei
3 - Pombo-Correio
4 - No Carnaval
5 - Nunca Mais
6 - Sol Negro
7 - Missa Agrária / Carcará
8 - Anda Luzia
9 - Feitio de Oração
10 - Feiticeira
11 - O X do Problema
12 - Mora Na Filosofia

terça-feira, 15 de novembro de 2011

1965 - O Canto Livre de Nara

Oi pessoal! Nesta terça-feira, feriado em memória do aniversário da proclamação da República, ocorrida há exatos 122 anos, trago aqui no Blog mais um disco de Nara Leão. Nascida na capital do estado do Espírito Santo, Nara mudou-se com sua família com 1 ano de idade para o Rio de Janeiro, onde conheceu e se tornou uma das maiores e mais conhecidas intérpretes brasileiras. Exímia violonista, cujas aulas remontam ainda sua infância, Nara tem como principal característica musical sua voz doce e suave, com seu violão a tira-colo. Em meados dos anos 1950, eram organizadas com frequência reuniões musicais no apartamento dos pais de Nara, com a finalidade de se fazer e ouvir música. Destas reuniões, das quais participavam Ronaldo Bôscoli, Roberto Menescal, João Gilberto, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Carlos Lyra, Sérgio Mendes, dentre outros, surgiu o movimento Bossa Nova, que ganhou o Rio de Janeiro, o Brasil e o mundo. A partir da década de 1960, a "Musa da Bossa Nova", título dado a ela pelo cronista Sérgio Porto, começou a se aproximar pelo samba de morro, músicas com a temática da realidade dos morros cariocas, suas dificuldades, suas alegrias e tristezas. E, em 1964, ao lado dos sambistas Zé Ketti e João do Vale, Nara apresenta um dos shows mais importantes da história da música brasileira: o show Opinião, apresentado no Rio de Janeiro logo após o golpe militar, com a intenção de criticar a opressão que o regime imprimia à sociedade da época. Após o lançamento dos discos "Nara" e "Opinião de Nara", ambos de 1964, e do disco gravado ao vivo com o registro do show "Opinião", Nara se afasta da apresentação do espetáculo devido a motivos de saúde. E, em seu lugar, Maria Bethânia aparece com a interpretação forte, impetuosa e marcante de "Carcará", transformando-se no primeiro sucesso de sua carreira. Neste contexto, após se recuperar, Nara lança os discos "5 Na Bossa", com o Tamba Trio e Edu Lobo e o disco tema da postagem de hoje, "O Canto Livre de Nara". Com músicas relacionadas ao show Opinião, como "Carcará", "Nega Dina", Malvadeza Durão" e "Incelença", o disco "O Canto Livre de Nara" traz ainda as músicas "Não Me Diga Adeus", "Aleluia", "Corisco", "Segredo do Sertanejo (Uricuri)", "Samba da Legalidade", "Suíte dos Pescadores" e "Minha Namorada", clássica composição da Bossa Nova. Um disco recheado de grandes músicas, sucessos e a interpretação belíssima de Nara Leão.

1 - Corisco
2 - Samba da Legalidade
3 - Não Me Diga Adeus
4 - Segredo do Sertanejo (Uricuri)
5 - Canto Livre
6 - Suíte dos Pescadores
7 - Carcará
8 - Malvadeza Durão
9 - Aleluia
10 - Nega Dina
11 - Minha Namorada
12 - Incelença

domingo, 13 de novembro de 2011

1965 - O Poeta do Povo - João do Vale

Oi pessoal! Neste domingo, posto aqui no Blog mais um disco de um compositor de sambas incrível que, ao lado de Zé Ketti, é um dos nomes mais importantes da nossa música brasileira. De origem nordestina, da capital do Maranhão, João do Vale desde pequeno começou a trabalhar para ajudar sua família, percorrendo diversas cidades do sertão. No início da década de 1950, já no Rio de Janeiro trabalhando como pedreiro, João do Vale começou a frequentar programas de rádio, apresentando suas composições até que, em 1953, Marlene grava em disco sua música "Estrela Miúda", a qual obteve algum sucesso. Em 1964, começou a se apresentar no restaurante Zicartola, no Rio de Janeiro, onde nasceu a idéia do Show Opinião, dirigido por Oduvaldo Vianna Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, com participação do próprio João do Vale, de Zé Ketti e de Nara Leão, que viria a ser substituída pela baiana Maria Bethânia. Este show, apresentado no Teatro Opinião a partir de 1964 constituiu um dos grandes marcos da música brasileira, apresentando músicas de protesto, da vida no sertão e nos morros cariocas, interpretadas pelos próprios compositores e por Nara Leão, uma das principais integrantes do movimento Bossa Nova surgido anos antes. Maria Bethânia, recém chegada ao Rio de Janeiro, substituiu Nara Leão (por motivos de saúde) no show em 13 de fevereiro de 1965, revelando-se um dos destaques daquele ano com a música "Carcará", de João do Vale e José Cândido. Este viria a ser um dos principais shows de protesto contra o Regime e a ditadura que impunha suas forças no início do movimento. E é nesse ambiente, neste contexto que o disco tema da postagem de hoje tomou forma. Lançado em 1965, "O Poeta do Povo" traz um João do Vale em sua essência musical, com músicas que se tornaram símbolos da música brasileira daquele período, como "Carcará", "Peba na Pimenta", "Ouricuri", "Sina de Caboclo" e "Pisa na Fulô", que integram o antológico disco "Show Opinião", gravado ao vivo em 1965, além de "Pra Mim Não", "A Voz do Povo", "Minha História", "O Bom Filho À Casa Torna" e "A Lavadeira e o Lavrador". Um dos discos mais importantes para história da nossa música brasileira, sendo até hoje muito procurado entre colecionadores e amantes de boa música brasileira. Um disco que mostra o talento de um compositor com o nome e a importância de João do Vale como poeta, e poeta do povo.

1 - A Voz do Povo
2 - Carcará
3 - Pra Mim Não
4 - Peba Na Pimenta
5 - Minha História
6 - A Lavadeira e o Lavrador
7 - Pisa na Fulô
8 - O Jangadeiro
9 - Fogo No Paraná
10 - Ouricuri
11 - O Bom Filho À Casa Torna
12 - Sina de Caboclo

terça-feira, 8 de novembro de 2011

1970 - Zé Ketti

Oi pessoal! Nesta terça-feira, posto aqui no Blog uma preciosidade de nossa música brasileira. Um disco que nos mostra a essência do samba, aquele samba característico da realidade dos morros da década de 1960. E, não poderia ser outro o intérprete que Zé Ketti, um dos maiores sambistas que o Brasil já viu nascer. Nascido e criado no Rio de Janeiro, Zé Ketti começou sua carreira no início da década de 1940, compondo sambas na ala de compositores da escola de samba da Portela. Seu primeiro sucesso como compositor veio com a música "Amor Passageiro", gravado em 1951 por Linda Batista. Com a gravação de "A Voz do Morro", por Jorge Goulart, com arranjos de Radamés Gnattali, para o filme "Rio 40 Graus" em 1955, a carreira de Zé Ketti decolou, transformando este samba em um dos maiores sucessos da carreira deste jovem compositor e de nossa música brasileira, em especial do samba. Em 1964, participou ao lado de Nara Leão e João do Vale do espetáculo "Opinião", do qual algumas das músicas fizeram enorme sucesso, tranformando-se em clássicas interpretações nas vozes de Nara em "Diz Que Fui Por Aí", "Opinião" e "Acender as Velas", também gravada por Elis no antológico Pot-Pourri com Jair Rodrigues no LP "Dois Na Bossa", gravado ao vivo no Teatro Paramount, em 1965. Dois anos depois, outra música de autoria de Zé Ketti alcança imediato sucesso, conquistando o primeiro lugar do carnaval do ano, na interpretação de Dalva de Oliveira em "Máscara Negra". Três anos após o sucesso de "Máscara Negra", Zé Ketti nos traz esta maravilhosa obra-prima de sua música, com velhas conhecidas do público, como "Opinião", "Acender as Velas", "Diz Que Fui Por Aí" e "Malvadeza Durão", todas do show "Opinião", além de "Praça Onze / Berço do Samba", "Nega Dina", "Mascarada", "Drama Universal", "Peço Licença", "Em Tempo" e "O Meu Pecado". Um dos melhores e de maior qualidade dentre os discos de samba, que tem a marca registrada do sambista, compositor e gênio do samba, Zé Ketti.

1 - Acender as Velas
2 - Drama Universal
3 - Opinião
4 - Praça Onze / Berço do Samba
5 - Madrugada
6 - Malvadeza Durão
7 - Em Tempo
8 - Nega Dina / Diz Que Fui Por Aí
9 - Peço Licença
10 - Mascarada
11 - O Meu Pecado

domingo, 6 de novembro de 2011

1982 - Caminhos do Coração - Gonzaguinha

Oi pessoal! Neste domingo, primeiro de novembro, escolhi como tema da postagem de hoje um cantor que ainda não tinha aparecido por aqui e que me foi sugerido por uma guria amiga minha da faculdade, a Michele, a quem dedico a postagem de hoje. Filho do eterno Rei do Baião, o velho Luis Gonzaga (chamado carinhosamente de Gonzagão), Gonzaguinha foi um dos maiores nomes da jovem MPB das décadas de 1970 e 1980. Um dos fundadores do MAU - Movimento Artístico Universitário, que reunia jovens compositores que às sextas-feiras, em saraus e muita música, mostravam seus trabalhos uns aos outros, como foi o caso de Gonzaguinha, Ivan Lins, César Costa Filho, Aldir Blanc, Paulo Emílio, Márcio Proença, dentre outros. Este movimento ganhou força no final dos anos 1960 até que, em 1971, deu origem ao programa "Som Livre Exportação", apresentado pela Tv Globo. Suas composições de cunho anti-ditadura fizeram com que sua grande maioria fossem censuradas pelo DOPS - Departamento de Ordem Política e Social, um dos instrumentos da ditadura que reprimiam todo e qualquer movimento contra a ordem política vigente. Das 72 músicas apresentadas ao órgão, apenas 18 músicas foram liberadas. Várias de suas composições foram gravadas e regravadas por nomes como Elis Regina, Fagner, Maria Bethânia, Simone, dentre outros. No auge de sua carreira, ao voltar de um show no Paraná, o carro em que estava colidiu com um caminhão e tirou a vida deste brilhante cantor e compositor brasileiro, que soube como poucos transportar à música a essência da juventude musical da época que via na ditadura um regime de atraso ao crescimento cultural e social do país, com repressão à liberdade em todas as suas faces e matizes. Neste disco, escolhido como tema desta postagem, temos um disco lançado em 1982, o qual traz um dos maiores sucessos da carreira de Gonzaguinha logo na primeira faixa: "O Que É O Que É". Além dela, merecem destaque as músicas "Caminhos do Coração", que dá nome ao disco, "O Filho da Própria", "Maravida", "O Boy (Amar É)", "Ser, Fazer e Acontecer" e "Felicidade". Um disco interessante, que mostra um pouco do talento e da personalidade deste grande cantor de nossa música brasileira.

1 - O Que É O Que É
2 - O Filho da Própria
3 - O Começo
4 - Simples Como a Água
5 - Maravida
6 - O Boy (Amar É...)
7 - Ser, Fazer e Acontecer
8 - Felicidade
9 - Simplesmente Feliz
10 - Caminhos do Coração

sábado, 5 de novembro de 2011

1971 - Gilberto Gil

Oi pessoal! Neste sábado, posto aqui no Blog mais um disco do cantor e compositor baiano Gilberto Gil. Três anos antes do lançamento deste disco, em 1968, o governo militar havia baixado o famoso Ato Institucional nº 5, cerceando os direitos à liberdade de expressão, imprensa, entre outros e, baseando-se neste pretexto, prenderam Gil e Caetano por dois meses, acusados de desrespeitar o hino nacional e a bandeira brasileira. Depois de algum tempo tentando cantar, compor e sobreviver neste ambiente de forte repressão cultural, Gil e Caetano partem para o exílio na Inglaterra, onde ficam por alguns anos compondo, lançando novas músicas, discos, que repercutiam aqui na música brasileira.Pouco antes de ir pra Inglaterra, Gil compõe uma das músicas de maior sucesso de sua carreira, regravada por inúmeras gerações de músicas ao longo destes anos: "Aquele Abraço". No exílio, Gil gravou este disco, tema da postagem de hoje, pela então gravadora Philips, onde apresentava somente canções em inglês. Embora o disco tenha sido gravado em Londres, sua importância para a história da música brasileira e para a carreira de Gil é indiscutível. Além disso, vale a pena sempre manter na memória histórica musical e cultural brasileiras o que o AI-5 e os demais atos militares representaram para a nossa sociedade, para que iniciativas e movimentos nesta direção não aconteçam no futuro. Deste disco, destaque para as músicas "Volkswagen Blues", "Babylon", "Nega (Photograph Blues)" e "Crazy Pop Rock".

1 - Nega (Photograph Blues)
2 - Can't Find My Way Home
3 - The Three Mushrooms
4 - Babylon
5 - Volkswagen Blues
6 - Mamma
7 - One O'Clock Last Morning, 20th April 1970
8 - Crazy Pop Rock

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

1970 - Tobogã - Som Três

Oi pessoal! Neste feriado de quarta-feira, dia de finados, trago o primeiro disco do Blog do trio Som Três (ou Som 3). Formado ainda em 1966 por César Camargo Mariano ao piano, Toninho Pinheiro na bateria e Sabá no contrabaixo, este trio participou dos festivais de MPB da década de 1960 acompanhando as apresentações de Roberto Carlos, com "Maria, Carnaval e Cinzas" e Chico Buarque e MPB-4, com "Roda Viva", no III Festival de MPB da Tv Record, de 1967. No ano seguinte, fizeram parte do III Festival Internacional da Canção, promovido pela Tv Globo, ao lado de Beth Carvalho e dos Golden Boys, com a música classificada em terceiro lugar, "Andança". Em 1970, os integrantes do trio viajaram ao México com Wilson Simonal, durante sua turnê na Copa do Mundo, muito embora tenham trabalhado durante algum tempo ao lado do Simona. Após retornar do México, Cesar Camargo Mariano recebeu um convite para tocar ao lado de Elis Regina, em sua temporada de shows no Rio de Janeiro, enquanto Sabá e Toninho preferiram continuar em São Paulo, desfazendo o trio. Apesar de ter sido um grupo com poucos anos de estrada, carregavam uma enorme bagagem musical, um talento ímpar em cada um de seus integrantes, em cada música, em cada disco lançado, em cada apresentação em que se encontravam. No disco escolhido como tema da postagem de hoje, lançado originalmente em 1970 pela gravadora Odeon, temos este "Tobogã", com músicas consagradas nacional e internacionalmente, como "Oh Happy Day", além de "O Telefone Tocou Novamente", "Lola", "Eu Já Tenho Você", "Irmãos Coragem", "A Volta da Maçã", "Mulher Brasileira" e "Tobogã". Um disco maravilhoso, que marca a carreira de um dos maiores trios de nossa música brasileiras, repleto de boa música, e música essencialmente brasileira.

1 - Lola
2 - Irmãos Coragem
3 - Bajar no México
4 - Eu Já Tenho Você
5 - Eu Só Posso Assim
6 - O Telefone Tocou Novamente
7 - Oh Happy Day
8 - Tobogã
9 - Mulher Brasileira
10 - A Volta da Maçã