quinta-feira, 4 de agosto de 2011

1971 - De Tanto Amor - Claudette Soares

Oi pessoal! Nesta quinta-feira ensolarada e fria, trago mais um disco da cantora Claudette Soares. E, pesquisando um pouco mais sobre a vida e carreira de Claudette Soares, li um texto biográfico escrito pelo jornalista e escritor Ruy Castro (um dos melhores no ramo, na minha opinião) que achei fantástico, que resume muito bem a importância de Claudette Soares para a música brasileira, passando pelos seus sucessos e sua vida pessoal. Permitam-me transcrevê-lo aqui, de forma que vocês também possam conhecer um pouco mais de Claudette Soares. Antes que eu me esqueça, o texto foi retirado da página oficial da cantora, muito bem elaborado e rico em informações sobre ela.

Claudette
por Ruy Castro

"A Claudette Soares é assim: quando você pensa que ela está quietinha, cantando os “standards” de seu repertório, ela reaparece com um estoque novo de canções e, de repente, são essas canções que se tornam “standards”, ou seja: aquelas que todos os outros cantores começam a cantar.

Foi assim quando ela lançou "Primavera", de Carlinhos Lyra e Vinícius; "A Volta", de Menescal e Bôscoli; "O Amor é Chama", de Marcos e Paulo Sérgio Valle; "Tristeza de Nós Dois", de Durval Ferreira e Maurício Einhorn; "Razão de Viver", de Eumir Deodato e Paulo Sérgio Valle; "Coisas", de Taiguara. Sim, foi Claudette que fez com que essas belezas estejam até hoje entre nós.

Bem, isso quanto ao repertório. Mas, quanto ao estilo, é a mesma coisa. Ela não fica parada. Quando mal tinha idade para sair à noite - quanto mais para cantar em boates - já estava nas madrugadas da Boate Plaza, em Copacabana, onde se cozinhava a maior revolução da música brasileira: a Bossa Nova.

Dali ela saltou para o Beco das Garrafas e, do alto de seus 150 centímetros, fez o maior furor em territórios de Elis e Leny.

Mais alguns anos e ei-la em São Paulo, desbravando a noite paulistana, sentada sobre o tampo do piano do Juão Sebastião Bar (por falta de espaço na vertical). Passa o tempo e, em plenos anos 90, quando parecia cristalizada a sua imagem de grande cantora da Bossa Nova, Claudette ressurge com um “gogó” à Dalva de Oliveira e sacode as platéias de Rio e São Paulo com o seu vigor e sentimento.

Ah, sim, os “standards” de Claudette. Os que ela já elevou a essa nobre categoria e os que ela pode elevar. Se nossos políticos tivessem melhor ouvido, fariam passar uma lei obrigando Claudette Soares a gravar um disco por ano, cheio de composições inéditas. Para que essas canções já nasçam cantadas direito."

RUY CASTRO é jornalista, tradutor e escritor. Autor de, dentre outros, "Chega de Saudade - A história e as histórias da Bossa Nova" (1990).

Na minha opinião, este texto resume bem a carreira, a importância e qual a contribuição de Claudette para a música brasileira. Por isso, agora vamos ao disco, tema da postagem de hoje. Este é um dos discos que mais gosto de Claudette, com destaque para as músicas "Por Causa de Você", "Ave Maria", "De Palavra em Palavra", "Eu Não Quero Ver Você Triste", "Ao Amigo Tom", "Eu Corro Pra Ver", "Um Novo Sol", "De Tanto Amor" e "Coisas". Um disco que merece ser lembrado, ouvido, referenciado. Um disco com a marca, a voz e o talento de Claudette Soares.

1 - Ave Maria
2 - Amigo
3 - Por Causa de Você
4 - De Palavra em Palavra
5 - Depois
6 - Coisas
7 - Eu Não Quero Ver Você Triste
8 - Um Novo Sol
9 - Ao Amigo Tom
10 - Estrada para o Anti-sol
11 - Eu Corro Pra Ver
12 - Medo
13 - De Tanto Amor

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