segunda-feira, 29 de agosto de 2011

1973 - Viagem - Marisa

Oi pessoal! Nesta segunda-feira ensolarada e quente, típica de verão em pleno inverno, escolhi para postar um disco de uma cantora ainda inédita por aqui. Marisa, conhecida como Gata Mansa pelo seu jeito manso, calmo de falar (apelido este dado pelo jornalista Djalma Sampaio) foi uma grande cantora brasileira, embora atualmente não seja muito lembrada pelo público. Começou sua carreira cantando como crooner de orquestras de jazz nas noites cariocas e gravando algumas canções esporádicas, tendo como a principal delas a música "Você Esteve Com Meu Bem?", de João Gilberto e Russo do Pandeiro, em 1953, ou seja, 5 anos antes do nascimento do movimento Bossa Nova. Em 1956, conheceu a cantora Dolores Duran, substituindo-a como cantora na boate Bacará, no Beco das Garrafas; por intermédio de Dolores, Marisa conheceu alguns dos grandes nomes da Bossa Nova da época, chegando a gravar em 1958 um disco com as músicas "Chega de Saudade", de Tom e Vinicius, e o samba "Castigo", da própria Dolores, revelando-se um dos maiores sucessos de sua carreira. Neste disco, merecem destaque especial a capa, com um belíssimo trabalho artístico e as músicas "Saia do Meu Caminho", um dos maiores sucessos de Isaura Garcia, "Ta-Hi", inesquecível na voz de Carmen Miranda, "Sodade Matadeira", de Dorival Caymmi, "Doce Melodia" e "Ingênuo", além de "Viagem", "Cadeira Vazia" e "Perguntas". Um disco que mostra em grande estilo o talento e a importância que Marisa Gata Mansa tem na história da nossa música brasileira.

1 - Viagem
2 - Ta-Hí [Pra Você Gostar de Mim]
3 - Cadeira Vazia
4 - Ingênuo
5 - Perguntas
6 - Sodade Matadeira
7 - Saia do Meu Caminho
8 - Taberna da Glória
9 - Doce Melodia
10 - Romântico do Caribe
11 - Quem Chorou Fui Eu
12 - Um Dia...

sábado, 27 de agosto de 2011

1961 - Eu Gosto da Vida - Pery Ribeiro

Oi pessoal! Neste sábado, posto aqui no Blog mais um disco do cantor Pery Ribeiro. Filho de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins, Peri de Oliveira Martins herdou de seus pais não só o nome e o prestígio, mas também o dom de cantar e encantar a todos com suas músicas, com seu estilo inconfundível de cantar. Aconselhado por César de Alencar, Peri mudou seu nome artístico para Pery Ribeiro, tendo como início de carreira algumas participações em filmes e programas de Rádio. Gravou os primeiros discos no início de 1960, no mesmo ano em que a cantora Dora Lopes gravou sua primeira composição, "Não Devo Insistir". Em 1965, ao lado do Som Três e da cantora Leny Andrade, participou do show "Gemini V", na Boate Porão 73 e no Teatro Princesa Isabel, no Rio de Janeiro, com direção da famosa dupla Miele e Bôscoli, alcançando um enorme sucesso de crítica e público. Nos anos 1970, Pery se dedicou a alguns trabalhos voltado aos jazz com Leny, fazendo turnês por México e Estados Unidos. Quanto ao disco tema da postagem de hoje, temos uma coletânea lançada pela Odeon em 1961 com músicas gravadas por Pery em velhos 78 RPM e compactos simples e duplos, com destaque para as músicas "Lamento da Lavadeira", "Manhã de Carnaval" e "Samba de Orfeu", além de "Inteirinha", "Noite Chuvosa", "Eu Gosto da Vida" - que dá nome ao disco - "Amorella", "Todinha" e "Três Sorrisos". Um disco que mesmo sendo uma coletânea, mostra que o filho de Dalva e Herivelto não se tornou um grande cantor apenas por ser filho deles, mas também pelo seu talento natural em cantar e encantar a todos com suas músicas e suas interpretações inesquecíveis, como em "Lamento da Lavadeira".

1 - Inteirinha
2 - Três Sorrisos
3 - Se Adormeço
4 - Manhã de Carnaval
5 - Lamento da Lavadeira
6 - Samba de Orfeu
7 - Eu Gosto da Vida
8 - Todinha
9 - Noite Chuvosa
10 - Amorella
11 - Vou Me Aposentar do Meu Amor
12 - Até Quando

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

1963 - A Arte Maior de Leny Andrade

Oi pessoal! Nesta quarta-feira, posto aqui no Blog mais um disco da cantora carioca Leny Andrade. Dona de uma voz um pouco mais comedida que cantoras como Elis Regina, Dalva de Oliveira e Elizeth Cardoso, Leny também é considerada uma das maiores cantoras do Brasil, com um repertório que passa desde clássicos da Bossa Nova até a essência musical da MPB. Seu início de carreira, como muitos cantores da época, foi em boates, como crooner de orquestras, chegando a cantar nas badaladas Bacará e Bottle's Bar, no famoso Beco das Garrafas. Contudo, seu maior sucesso e reconhecimento nacional ocorreu com o show Gemini V, ao lado de Pery Ribeiro e do Bossa Três na boate Porão 73, lançando um disco ao vivo, ainda em 1965. Viajou e morou vários anos em países com México e Estados Unidos, tornando suas músicas conhecidas e reconhecidas internacionalmente pela qualidade e bom gosto que possuem. Neste disco, lançado originalmente em 1963, o segundo de sua carreira, Leny nos traz alguns dos clássicos de seu repertório como "A Morte de um Deus de Sal", "Baiãozinho" e "Vai de Vez", além das clássicas "Samba do Avião", "Vivo Sonhando", "Moça Flor", "Consolação" e "Influência do Jazz". Um disco que apesar de fazer parte do início da carreira de Leny Andrade, já nos mostra o talento desta cantora esplêndida, que canta como poucos e encanta a muitos, com sua voz magistral e sua interpretação única.

1 - Samba do Avião (Tom Jobim)
2 - A Morte de um Deus de Sal (Roberto Menescal / Ronaldo Bôscoli)
3 - Baiãozinho (Eumir Deodato)
4 - Amor de Nada (Paulo Sérgio Valle / Marcos Valle)
5 - Embalo (Tenório Jr.)
6 - Vai de Vez (Luiz Fernando Freire / Roberto Menescal)
7 - O Mar e o Amor (Jorge Omar / Odilon Olyntho Fialho) 
8 - Vivo Sonhando (Tom Jobim)
9 - Consolação (Baden Powell / Vinicius de Moraes)
10 - Moça Flor (Luiz Fernando Freire / Durval Ferreira)
11 - There Will Never Be Another You (M. Gordon / H. Warren)
12 - Influência do Jazz (Carlos Lyra)

domingo, 21 de agosto de 2011

1961 - Demônios da Garoa

Oi pessoal! Sei que estou um pouco ausente do Blog, mas é a correria da semana. E que semana! Mas a partir da semana que vem postarei mais novidades, mais nomes de nossa música brasileira. Surgido na década de 1940, o então Grupo do Luar se apresentava com alguma freqüência no programa de Vicente Leporace, da Rádio Bandeirantes, sendo anunciados como os "endiabrados" do Grupo do Luar. Desta alcunha de Leporace surgiu através de um concurso entre os ouvintes da Rádio o nome definitivo: "Demônios da Garoa". Um nome que não podia ser melhor para descrever o grupo mais paulista, mais "endiabrado", da terra da garoa. Em 1949, os Demônios participaram do filme "O Cangaceiro", onde conheceram uma figura que mudaria completamente os rumos da carreira dos Demônios: Adoniran Barbosa. A partir daí, o grupo começou a gravar um sucesso atrás do outro do nosso Adoniran, sendo responsáveis pelos maiores sucessos do grupo, destacando-se "Trem das Onze", eleita em 2000 como a música-símbolo de São Paulo, "Samba do Arnesto", "Saudosa Maloca" e "Iracema". Sempre com muito bom humor, boa música e talento para cantar sambas como ninguém, os Demônios da Garoa ganharam o Brasil, ganharam o público que se identificou de forma carinhosa com o grupo que há mais de 60 anos canta e leva aos quatro cantos do Brasil o melhor da música paulistana da gema. Neste disco, gravado originalmente em 1961 pela Odeon, temos os sucessos de Adoniran "Iracema" e "Saudosa Maloca", além de "Não Emplaca 61", de Ary Monteiro e Monsueto Menezes e sucesso do ano anterior com Miltinho, "A Voz do Morro", do também sambista Zé Ketti, "Eu Quero Um Samba", de Janet de Almeida e Haroldo Barbosa, "Barracão", de Ary Borges e Ary Carvalho, "Já Tem Dono", de O. Guilherme e Denis Brean, "Tu Te Da Ma", de Vanâncio e Corumba, e "Ponto de Interrogação", de Mariano Pinto e Cyro de Souza. Um disco que mostra um grupo ainda na primeira formação, cheio de boa música, bom humor e, é claro, sambas de primeira. Nem preciso dizer que este disco é maravilhoso, "original e sem carbono", e que este grupo tem um lugar especial reservado nas minhas preferências musicais, me apresentado mais enfaticamente há algum tempo pelo meu amigo Carlos, o qual dedico esta postagem.

1 - Um Copo...Uma Garrafa...Um Pente
2 - Barracão
3 - Olha o Gato
4 - Não Emplaca 61
5 - Saudosa Maloca
6 - Ponto de Interrogação
7 - A Voz do Morro
8 - Tu Te Da Ma
9 - Eu Quero Um Samba
10 - Já Tem Dono
11 - Iracema
12 - Não Bobeia Kalamazu

domingo, 14 de agosto de 2011

1963 - Samba Demais - Marcos Valle

Oi pessoal! Neste domingo, dia dos pais (Parabéns, Pais!), posto aqui no Blog um disco do ainda inédito por aqui, Marcos Valle. Cantor, compositor, instrumentista e arranjador brasileiro, Marcos Valle é considerado um dos cantores da segunda geração da Bossa Nova, marcada por nomes do Dori Caymmi e Edu Lobo. Iniciou sua carreira artística em 1961 como compositor, ao lado do irmão Paulo Sérgio Valle, onde a primeira música da dupla a alcançar sucesso foi "Sonho de Maria", gravada pelo Tamba Trio em 1963, mesmo ano do lançamento de seu primeiro LP, tema da postagem de hoje, "Samba Demais". Durante os anos seguintes, a música de Marcos Valle tornou-se cada vez mais conhecida, mais tocada e cantada por músicos pelo mundo afora, com destaque para a música "Samba de Verão", composta em parceria com o irmão e que lhes renderia o segundo lugar nas paradas de sucesso nos Estados Unidos após a gravação da mesma por Walter Wanderley. No início da década de 1970, começou a dedicar-se a composição de trilhas sonoras de novelas além de atuar no ramo publicitário, ao lado do irmão e de Nelson Motta. Nas décadas seguintes, continuou sua carreira de sucesso nacional e internacional, cantando, compondo e lançando discos fantásticos com sua música e talento sem igual. Neste disco, Marcos Valle nos traz um repertório mesclando composições próprias, ao lado do irmão, como o sucesso de "Sonho de Maria", além de "Amor de Nada", "Tudo de Você", "E Vem o Sol" e "Ainda Mais Lindo". Destaque também para as músicas "Vivo Sonhando", de Tom Jobim, "Canção Pequenina", de Pingarrilho, "Moça Flor", de Durval Ferreira e Lula Freire, "Ela É Carioca", de Tom e Vinicius e "Ilusão À Toa", de Johnny Alf e "A Morte de um Deus de Sal", de Menescal e Bôscoli. Um disco que apresenta em sua essência, um repertório Bossa Nova, mas com a marca, a interpretação um pouco menos "intimizada" da MPB que surgiria alguns anos depois. Além disso, mesmo sendo um disco de estréia do cantor Marcos Valle, traz uma ânsia por mais, um gostinho de quero mais, uma sensação que muito mais viria em termos de composições e canções. E foi realmente o que aconteceu com a música Marcos Valle.

1 - Vivo Sonhando
2 - Amor de Nada
3 - Moça Flor
4 - Canção Pequenina
5 - Razão do Amor
6 - Tudo de Você
7 - Sonho de Maria
8 - Ela É Carioca
9 - Ilusão À Toa
10 - Ainda Mais Lindo
11 - E Vem o Sol
12 - A Morte de um Deus de Sal

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

1967 - Claudia

Oi pessoal! Nesta sexta-feira, posto aqui no Blog mais um disco da cantora Claudia. Com uma carreira de mais de 40 anos de carreira, sucessos e prêmios, Claudia teve nos programas de televisão da década de 1960, em especial no "Fino da Bossa" reconhecimento nacional por parte do público que ainda não conhecia seu talento ainda em lapidação. Ainda nos primeiros anos de sua carreira, viajou para o Japão onde se apresentou ao lado do saxofonista Sado Watanabe, rendendo-se os primeiros prêmios internacionais e um LP, gravado em japonês e que obteve uma vendagem de mais de 200 mil cópias. Em 1969, ao participar do IV Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela Tv Record, ganhou o prêmio de melhor intérprete do festival com a música "Razão de Paz Para Não Cantar", tendo classificado essa mesma canção em 1º lugar no I Festival Fluminense da Canção, realizado no mesmo ano em Niterói. Na década de 1970, Claudia gravou ainda outros discos, tendo destaque os discos "Jesus Cristo" e "Deixa Eu Dizer", além de conquistar muitos prêmios internacionais, como os de melhor intérprete, melhor letra, melhor arranjo e melhor música na IV Olimpíada da Canção na Grécia, com a música "Minha Voz Virá do Sol da América" e o de melhor intérprete nos festivais que participou no México (XI Festival da Canção) e na Venezuela (Festival de Hola Nueva). Durante as décadas seguintes, Claudia manteve uma carreira de enorme sucesso e reconhecimento de crítica e público, tendo como um dos marcos de sua carreira o musical "Evita", encenado no Rio de Janeiro e em São Paulo, no início da década de 1980. Voltando-se ao disco "Claudia", tema da postagem de hoje, temos o primeiro LP lançado pela cantora, em 1967, ainda no início de sua carreira. As principais músicas do disco são "Ninguém Dá o Que Não Tem", de Gilberto Gil, "Não Se Aprende Na Escola", de Haroldo Barbosa, "Acalanto", de Dorival Caymmi, "Canção de Fim de Tarde", de Walter Santos e Tereza Souza, "Vento de Maio", de Gilberto Gil e Torquato Neto, "Canção de Não Cantar", classificada pelo grupo MPB-4 em 4º lugar no II Festival de Música Popular Brasileira, realizado no ano anterior pela Tv Record, além de "Amanhã Ninguém Sabe", de Chico Buarque, e "Silêncio para um Rancho Passar", de Wilma Camargo. Um disco que mesmo sendo o primeiro da carreira de Cláudia, mostra que ela não veio para brincadeira, com um repertório muito bem montado, com músicas de vários compositores diferentes, mas com um ritmo bem alegre e contagiante. Um dos discos que mais gosto da carreira de Claudia, um presente aos bons amantes de música brasileira de qualidade.

2 - Silêncio para um Rancho Passar
3 - Estorinha
4 - Ninguém Dá o Que Não Tem
5 - Acalanto
6 - Chora Céu
7 - Amanhã, Ninguém Sabe
8 - Canção de Não Cantar
9 - Canção de Fim de Tarde
10 - Não Se Aprende na Escola
11 - Tempo de Espera
12 - Mensagem

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

1961 - Vicente Celestino em Suas Canções Célebres

Oi pessoal! Nesta quinta-feira, posto o primeiro disco do Blog do grande Vicente Celestino, um dos maiores cantores e compositores brasileiros de nossa história. Com sua voz grave, marcando seu estilo único de cantar, Vicente Celestino incorporava às suas canções a mesma interpretação, a mesma voz emocionada de tenor. Por isso, recebeu a alcunha de "A Voz Orgulho do Brasil", sendo um dos cantores de maior sucesso nas décadas de 1920, 1930 e 1940. Gravou inúmeros discos, desde a época em que as gravações ainda eram realizadas de forma mecânica (até meados da década de 1920) até alguns compactos e long-plays, apresentando um acervo de mais de 300 músicas e inúmeros sucessos. Nesta coletânea, lançada em 1961, Vicente Celestino nos é apresentado com seus maiores sucessos, com músicas que marcaram não só sua música e sua carreira, como também a história da música brasileira, influenciando ao longo dos anos diversos cantores, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e os Mutantes. Músicas como "Coração Materno", gravada por Caetano no antológico disco "Panis Et Circenses", de 1968, "Gondoleiro do Amor", "Ave Maria", "Rasguei o Teu Retrato", "Noite Cheia de Estrelas", "Castelos de Areia", "Matei" e "Porta Aberta" são os destaques desta maravilhosa coletânea. Atenção especial para a música de abertura, "O Ébrio", composição do próprio Vicente Celestino", que apresenta uma pequena introdução histórica da música, pelo próprio cantor e que se tornou seu maior sucesso, tornando-se até tema de filme, em 1946, dirigido pela própria esposa de Vicente Celestino, Gilda Abreu. Embora seja uma coletânea, possivelmente das músicas gravadas em velhos 78 rpm, este disco nos traz um pouco do talento e da música de Vicente Celestino, um cantor que embora não seja muito lembrado nos dias de hoje, tenha desempenhado um papel fundamental no início da música (pode-se dizer, a música popular) brasileira.

1 - O Ébrio
2 - Rasguei o Teu Retrato
3 - Castelos de Areia
4 - Noite Cheia de Estrelas
5 - Lágrimas e Risos
6 - Ave Maria
7 - Coração Materno
8 - Patativa
9 - Portas Abertas
10 - Ouvindo-Te
11 - Gondoleiro do Amor
12 - Matei

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

1970 - Agostinho dos Santos

Oi pessoal! Nesta quarta-feira um pouco chuvosa, posto mais um disco aqui no Blog do grande cantor Agostinho dos Santos. Embora não seja muito lembrado nos dia de hoje como um dos maiores cantores da história de nossa música brasileira, o paulista Agostinho dos Santos alcançou sucesso ao cantar músicas da peça e, posteriormente, do filme "Orfeu Negro" nas músicas "Manhã de Carnaval" e "Felicidade" ainda no final da década de 1950. Em 1962, Agostinho participou da célebre apresentação do Festival de Bossa Nova, no Charnegie Hall, em Nova York, com o conjunto Oscar Castro Neves. Ganhou inúmeros prêmios como cantor e compositor entre as décadas de 1950 e 1960, se destacando pela sua voz, pelo seu talento e por sua capacidade de transformar músicas de Dolores Duran, Tom Jobim, Chico Buarque, Roberto Carlos e Vinicius de Moraes em verdadeiras jóias da música nacional, com sua voz e sua interpretação contagiante. Voltando-se ao disco tema da postagem de hoje, temos o último disco gravado por Agostinho, antes do trágico acidente aéreo que encerraria sua vida e sua carreira repleta de sucessos. Lançado pela Odeon (pelo selo London) em 1970, com destaque para as músicas "Gente Humilde", de Chico Buarque e Vinicius de Moraes, "A Felicidade", de Tom e Vinicius e "Pra Dizer Adeus", de Edu Lobo e Torquato Neto, além de "Samba de Orfeu", "Felícia", "Morte do Amor", "Vim Pra Ficar, "Nosso Caminho" e "Vai Pensamento". Destaque especial para as músicas "O Diamante Cor de Rosa", de Erasmo e Roberto Carlos, do filme de mesmo nome do rei Roberto, de 1968, e "Canto de Esquecer", de Walter Santos e Tereza Souza, ambas com participação especial do ator Walter Foster.

1 - O Diamante Cor de Rosa - participação de Walter Foster
2 - A Felicidade
3 - Felícia
4 - Nosso Caminho
5 - Samba de Orfeu
6 - Gente Humilde
7 - Morte do Amor
8 - Canto de Esquecer - participação de Walter Foster
9 - Você Gostou
10 - Vim Pra Ficar
11 - Pra Dizer Adeus
12 - Vai Pensamento

domingo, 7 de agosto de 2011

1969 - Caetano Veloso

Oi pessoal! Neste domingo, posto aqui no Blog mais um disco do cantor e compositor baiano Caetano Veloso. No ano anterior ao lançamento deste LP, o governo militar brasileiro instituiu o famoso Ato Institucional (AI) Nº 5, que dava plenos poderes ao presidente da república (na época, o então presidente Artur da Costa e Silva) a "(...) decretar o recesso do Congresso nacional, intervir nos estados e municípios, cassar mandatos parlamentares, suspender por dez anos os direitos políticos de qualquer cidadão, decretar o confisco de bens considerados ilícitos e suspender a garantia do habeas-corpus (...)" (Fonte: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/AI5), além de proibir manifestações populares de caráter político e impor a censura prévia para jornais, revistas, peças teatrais, livros e músicas. Ou seja, foi uma manobra política para sufocar todas as possíveis represálias populares contra o regime estabelecido no poder executivo brasileiro desde a madrugada do dia 31 de março de 1964. Neste clima de instabilidade política brasileira, movidos pelo AI-5, os militares prenderam e exilaram neste período diversos nomes da atividade cultural brasileira e, entre eles, os baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil. No início de 1969, os baianos se exilaram em Londres, capital do império britânico, onde fervilhava a música dos "The Beatles" e a juventude exibia sua força e suas influências sob o cetro da Rainha. Neste ambiente, nesta mudança de ares, Caetano grava este disco com Gilberto Gil ao violão, Lanny na guitarra, Sérgio Barroso no baixo, Wilson das Neves ao piano e, no órgão, o maestro Chiquinho de Moraes. Com direção e arranjos de Rogério Duprat. Este álbum branco de Caetano, inspirado no disco dos 'The Beatles" lançado no ano anterior contempla sucessos imortais de Caetano, como "Marinheiro Só", "Irene", "Atrás do Trio Elétrico", "Os Argonautas" e "Não Identificado", além de "Alfômega", de Gil, "Carolina", de Chico Buarque e "Chuvas de Verão", de Fernando Lobo. Dentre as em língua estrangeira, temos "The Empty Boat", "Lost In The Paradise", que se aproxima muito do estilo do quarteto de Liverpool, e "Cambalache", um empolgante tango argentino. Um disco muito importante para a música de Caetano, para a música brasileira e internacional. Um marco de bom gosto e muito talento. Um disco de Caetano Veloso.

1 - Irene
2 - The Empty Boat
3 - Marinheiro Só
4 - Lost In The Paradise
5 - Atrás do Trio Elétrico
6 - Os Argonautas
7 - Carolina
8 - Cambalache
9 - Não Identificado
10 - Chuvas de Verão
11 - Acrilírico
12 - Alfômega

sábado, 6 de agosto de 2011

1968 - Marília Medalha

Oi pessoal! Neste sábado, posto aqui no Blog o segundo disco da cantora e compositora Marília Medalha. Dona de uma voz firme, doce e muito característica, Marília Medalha se fez presente na música brasileira a partir de meados de 1960, especialmente no III Festival de Música Popular Brasileira, organizado pela Tv Record, em 1967, onde, ao lado do também cantor e compositor Edu Lobo, conquistou o 1º lugar do festival com a música "Ponteio", de Edu e Capinam. No ano seguinte, Marília conquista o 3º lugar na I Bienal do Samba com a música "Pressentimento" e também o 2º lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira com a música "Memórias de Marta Saré", ambos promovidos pela Tv Record. Em 1970, realiza um show na Bahia ao lado de Toquinho e Vinicius, lançando uma das músicas mais famosas da dupla, "Tarde em Itapuã". Um ano mais tarde este mesmo show daria origem ao LP "Como Dizia o Poeta", com Toquinho, Vinicius e Marília Medalha. No ano seguinte, Marília ainda lançaria os discos "Caminhada", com música dela e de Herivelto Martins e "Encontro e Desencontro", com Vinicius. Nos anos seguintes, a carreira de Marília ficou mais modesta, com trabalhos esporádicos mas com boa qualidade. Neste disco, Marília nos traz canções já consagradas da nossa música brasileira, como "Maria Moita", "Trevo de Quatro Folhas" (imortalizada na voz de Nara Leão), "Frevo Rasgado", "A Banca do Distinto" (inesquecível sucesso de Isaura Garcia), "Camisa Listrada" (também cantada por Aracy de Almeida), "Coração Vagabundo", além das música de Caymmi "O Bem do Mar" e "Marina", esta com a gravação de Marília aos cinco anos de idade. É como diz Marília nesta música: "(...) quando a música é boa mesmo, ela atravessa o tempo e o espaço".

1 - Camisa Listrada
2 - Frevo Rasgado
3 - O Bem do Mar
4 - Pau de Arara
5 - Luto
6 - Maria Moita
7 - Marina
8 - Trevo de Quatro Folhas
9 - Coração Vagabundo
10 - A Banca do Distinto
11 - Pra Dizer Adeus
12 - A Lua Girou

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

1971 - De Tanto Amor - Claudette Soares

Oi pessoal! Nesta quinta-feira ensolarada e fria, trago mais um disco da cantora Claudette Soares. E, pesquisando um pouco mais sobre a vida e carreira de Claudette Soares, li um texto biográfico escrito pelo jornalista e escritor Ruy Castro (um dos melhores no ramo, na minha opinião) que achei fantástico, que resume muito bem a importância de Claudette Soares para a música brasileira, passando pelos seus sucessos e sua vida pessoal. Permitam-me transcrevê-lo aqui, de forma que vocês também possam conhecer um pouco mais de Claudette Soares. Antes que eu me esqueça, o texto foi retirado da página oficial da cantora, muito bem elaborado e rico em informações sobre ela.

Claudette
por Ruy Castro

"A Claudette Soares é assim: quando você pensa que ela está quietinha, cantando os “standards” de seu repertório, ela reaparece com um estoque novo de canções e, de repente, são essas canções que se tornam “standards”, ou seja: aquelas que todos os outros cantores começam a cantar.

Foi assim quando ela lançou "Primavera", de Carlinhos Lyra e Vinícius; "A Volta", de Menescal e Bôscoli; "O Amor é Chama", de Marcos e Paulo Sérgio Valle; "Tristeza de Nós Dois", de Durval Ferreira e Maurício Einhorn; "Razão de Viver", de Eumir Deodato e Paulo Sérgio Valle; "Coisas", de Taiguara. Sim, foi Claudette que fez com que essas belezas estejam até hoje entre nós.

Bem, isso quanto ao repertório. Mas, quanto ao estilo, é a mesma coisa. Ela não fica parada. Quando mal tinha idade para sair à noite - quanto mais para cantar em boates - já estava nas madrugadas da Boate Plaza, em Copacabana, onde se cozinhava a maior revolução da música brasileira: a Bossa Nova.

Dali ela saltou para o Beco das Garrafas e, do alto de seus 150 centímetros, fez o maior furor em territórios de Elis e Leny.

Mais alguns anos e ei-la em São Paulo, desbravando a noite paulistana, sentada sobre o tampo do piano do Juão Sebastião Bar (por falta de espaço na vertical). Passa o tempo e, em plenos anos 90, quando parecia cristalizada a sua imagem de grande cantora da Bossa Nova, Claudette ressurge com um “gogó” à Dalva de Oliveira e sacode as platéias de Rio e São Paulo com o seu vigor e sentimento.

Ah, sim, os “standards” de Claudette. Os que ela já elevou a essa nobre categoria e os que ela pode elevar. Se nossos políticos tivessem melhor ouvido, fariam passar uma lei obrigando Claudette Soares a gravar um disco por ano, cheio de composições inéditas. Para que essas canções já nasçam cantadas direito."

RUY CASTRO é jornalista, tradutor e escritor. Autor de, dentre outros, "Chega de Saudade - A história e as histórias da Bossa Nova" (1990).

Na minha opinião, este texto resume bem a carreira, a importância e qual a contribuição de Claudette para a música brasileira. Por isso, agora vamos ao disco, tema da postagem de hoje. Este é um dos discos que mais gosto de Claudette, com destaque para as músicas "Por Causa de Você", "Ave Maria", "De Palavra em Palavra", "Eu Não Quero Ver Você Triste", "Ao Amigo Tom", "Eu Corro Pra Ver", "Um Novo Sol", "De Tanto Amor" e "Coisas". Um disco que merece ser lembrado, ouvido, referenciado. Um disco com a marca, a voz e o talento de Claudette Soares.

1 - Ave Maria
2 - Amigo
3 - Por Causa de Você
4 - De Palavra em Palavra
5 - Depois
6 - Coisas
7 - Eu Não Quero Ver Você Triste
8 - Um Novo Sol
9 - Ao Amigo Tom
10 - Estrada para o Anti-sol
11 - Eu Corro Pra Ver
12 - Medo
13 - De Tanto Amor

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

1966 - A Certain Smile, A Certain Sadness - Astrud Gilberto e Walter Wanderley Trio

Oi pessoal! Nesta quarta-feira, posto aqui no Blog um disco antológico da cantora brasileira Astrud Gilberto, gravado junto com o Walter Wanderley Trio em 1966. Astrud Gilberto, baiana de nascimento mas carioca de criação, conheceu a música de João Gilberto no final da década de 1950, com quem acabou se casando. A partir de um convite do próprio João, Astrud participou das gravações do disco "Getz/Gilberto", lançado em 1963 nos Estados Unidos. Neste período, Astrud começou a gravar algumas música próprias da Bossa Nova, fazendo grande sucesso com "The Girl From Ipanema" e gravando um disco solo em 1964, "The Astrud Gilberto Album". A partir daí, Astrud iniciou uma carreira cheia de sucessos nos Estados Unidos com músicas brasileiras ao estilo Bossa Nova de Astrud, se aproximando também do jazz americano. Embora seja uma intérprete brasileira, de músicas e temas brasileiros, desde os anos 1960 vive nos Estados Unidos. Walter Wanderley, por sua vez, foi um grande músico brasileiro, de renome e sucesso internacional, que também foi influenciado pelo jazz norte-americano e após a gravação deste disco com Astrud, permaneceu na "terra do Tio Sam" até sua morte, em 1986. Quanto ao disco, temos uma pérola da música brasileira, em formato importado, mas com temas, músicas e estilo completamente brasileiros. Destacam-se entre as músicas em língua estrangeira, "So Nice (Summer Samba)", um dos maiores sucessos de Astrud Gilberto, "Here's That Rainy Day", "It's a Lovely Day Today", "Goodbye Sadness" (versão em inglês de "Tristeza", de Haroldo Lobo e Niltinho), "Call Me" e "Tu Mi Deliro". Dentre as em português, temos as clássicas "Você Já Foi À Bahia", de Dorival Caymmi e "Nega do Cabelo Duro", de David Nasser e Rubens Soares. Um disco muito importante para a música nacional e internacional, antológico, que marcou a carreira de Astrud Gilberto, de Walter Wanderley e seu trio, com também a história da música brasileira em terras norte-americanas.

1 - Certain Smile
2 - Certain Sadness
3 - Nega do Cabelo Duro
4 - So Nice (Summer Samba)
5 - Você Já Foi À Bahia
6 - Portuguese Washerwoman
7 - Goodbye Sadness
8 - Call Me
9 - Her's That Rainy Day
10 - Tu Mi Deliro
11 - It's a Lovely Day Today