Oi pessoal! Neste sábado, trago aqui no Blog mais um disco da cantora carioca Elizeth Cardoso. Dona de um talento sem igual, ficou eternizada como a "Divina" intérprete de choros, sambas-canção e bossa nova. Sua carreira teve início ainda na infância, cantando para as crianças da vizinhança os sucessos de Vicente Celestino até que, em 1936, a um convite de Jacob do Bandolim, se apresentou pela primeira vez na Rádio Guanabara, cantando ao lado de cantores consagrados na época, como o próprio Vicente Celestino, Noel Rosa, Marília Batista, Aracy de Almeida, entre outros. Contratada pela rádio uma semana depois de sua primeira apresentação, Elizeth continuou sua carreira cantando em boates nas noites cariocas, chegando a crooner de orquestras no início de da década 1940. Em 1945, Elizeth se mudou para São Paulo para cantar no Salão Verde do Edifício Martinelli e se apresentar na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa "Pescando Humoristas". De volta ao Rio de Janeiro em 1948, Elizeth foi contratada pela Rádio Mauá para atuar no programa "Alvorada da Alegria", sendo recontratada em seguida pela Rádio Guanabara. No ano seguinte, por intermédio de Ataulfo Alves, grava seu primeiro disco pela Star, contendo as músicas "Braços Vazios", de Acir Alves e Edgar G. Alves, e "Mensageiro da Saudade", de Ataulfo Alves e José Batista. Seu primeiro sucesso veio em 1950 com "Canção de Amor", de Chocolate e Elano de Paula, no segundo disco da carreira de Elizeth, desta vez gravado pela Todamérica, e que continha também a música "Complexo", de Wilson Batista. Com o sucesso de "Canção de Amor", recebeu o convite para ir para a Rádio Tupi, chegando a se apresentar na recém-criada Tv Tupi em 1951, além de participar do seu primeiro filme, "Coração Materno", dirigido por Gilda Abreu, cantando "Canção de Amor". Durante a primeira metade da década de 1950, continuou a gravar inúmeras músicas e grandes sucessos, lançando em 1955 seu primeiro long-play - "Canções à Meia-Luz" - pela Continental - e, em 1956, participando do filme "Carnaval em Lá Maior", de Adhemar Gonzaga. Nos anos seguintes, lançou os LP's "Fim de Noite" (1956), "Música e Poesia de Fernando Lobo" (1957), "Noturno" (1957), "Naturalmente" (1958) e "Retrato da Noite" (1958), todos pela gravadora Copacabana, a qual acompanharia a cantora por mais de 20 anos de carreira e sucessos. Em 1958, Elizeth grava pelo selo Festa um dos discos mais emblemáticos e antológicos da música brasileira, "Canção do Amor Demais", com músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, transformando-se um dos marcos iniciais do movimento Bossa Nova, que revolucionou a música da época. Nos anos seguintes, gravou os discos "Magnífica" (1959) e "A Meiga Elizeth" (1960), além de gravar para o filme "Orfeu do Carnaval", de Marcel Camus, as músicas "Manhã de Carnaval" e "Samba de Orfeu". Em 1960, estreou na Tv Continental o programa "Nossa Elizeth", ao lado do compositor e violonista Baden Powell e, em 1965, estreou seu programa "Bossaudade", na Tv Record, que esteve no ar durante dois anos. Durante a primeira metade da década de 1960, gravou inúmeros sucessos, registrando-os em discos memoráveis de sua carreira, com destaque para "A Meiga Elizeth Nº 2" (1961), "Elizeth Interpreta Vinicius" (1963) e "Elizeth Sobe O Morro" (1965). Em 1965, defendeu no I Festival de MPB, promovido pela Tv Excelsior, a música "Valsa do Amor Que Não Veam", de Baden Powell e Vinicius de Moraes, obtendo o segundo lugar. Nos anos seguintes, sua carreira se volta aos sambas e aos discos gravados ao vivo, até que em 1970, Elizeth grava mais um disco de estúdio pela Copacabana, "Falou E Disse", tema da postagem de hoje. Embora não apresente nenhum grande sucesso da carreira de Elizeth, este disco traz como destaque as músicas "É de Lei", "Aviso aos Navegantes", "A Flor de Laranjeira", "Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida", "Refém da Solidão", "Carta de Poeta" e "Tudo OK", além de "Corrente de Aço" e "Você Foi Um Atraso Em Meu Caminho". Um disco excelente que, embora não esteja entre os principais e mais conhecidos da carreira da cantora, traz a interpretação marcante da "divina", doze músicas selecionadas de seu extenso repertório de mais de 40 LP's gravados no Brasil.
1 - É de Lei (Baden Powell / Paulo César Pinheiro)
2 - Corrente de Aço (João Nogueira)
3 - Você Foi Um Atraso Em Meu Caminho (Picolino / Jair Costa)
4 - Lua Aberta (Paulo Frederico / João de Aquino)
5 - Tudo OK (Maurício Tapajós / Hermínio Bello de Carvalho)
6 - Refém da Solidão (Baden Powell / Paulo César Pinheiro)
7 - Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida (Paulinho da Viola)
8 - Degraus da Vida (Nelson Cavaquinho / César Brasil / Antônio Braga)
9 - Aviso aos Navegantes (Baden Powell / Paulo César Pinheiro)
10 - Camisa Branca (Elton Medeiros / Otávio de Moraes)
11 - Carta de Poeta (Baden Powell / Paulo César Pinheiro)
12 - A Flor de Laranjeira (Humberto de Carvalho / Zé Pretinho da Bahia / Bernardino Silva)
Este disco pode ser buscado em https://parallelrealitiesstudio.wordpress.com/2012/10/19/elizeth-cardoso-falou-e-disse-1970/