Oi pessoal! Nesta quinta-feira santa, posto aqui no Blog um disco de uma cantora ainda inédita por aqui. Trata-se da cantora Nora
Ney, um dos maiores nomes da música brasileira, especialmente no
gênero samba-canção. Dona de uma voz grave e grande talento, iniciou sua carreira no início da década de 1950 na Rádio
Tupi, no programa "Fantasias Musicais", cantando músicas
internacionais. No início dos anos 50, a cantora, inspirada em sucessos de
Aracy de Almeida e incentivada por
Haroldo Barbosa, deixa de cantar músicas
internacionais e passa a cantar músicas nacionais, sambas-canção e
boleros,
gêneros musicais que marcaram sua carreira e a música brasileira da época. Em 1952, Nora
Ney foi convidada pela Continental para gravar seu primeiro disco, que contou com as músicas "Menino Grande", do ainda desconhecido compositor
Antonio Maria, que se tornou o primeiro grande sucesso da carreira da cantora, e "Quanto Tempo Faz", de Paulo
Soledade e Fernando Lobo. Ainda no mesmo ano, Nora
Ney grava o maior sucesso de sua carreira, "Ninguém Me Ama", consagrada como símbolo do samba-canção da época, inspirando até o cantor
Nat King Cole a gravar essa música anos depois, em uma
turnê pelo Rio de Janeiro. Em 1953 gravou os sucessos de "De Cigarro em Cigarro", de
Luis Bonfá e "Preconceito", de
Antonio Maria e Fernando Lobo, sendo também eleita "Rainha do Rádio" no mesmo ano. Nos anos seguintes, gravou inúmeros sucessos, como "Aves Daninhas", de
Lupicínio Rodrigues, e "Se A Saudade Me Apertar...", de
Ataulfo Alves e Jorge de Castro. Em 1955, gravou seu primeiro LP, com as músicas "Quando a Noite Me Entende", de Vinicius de
Moraes e
Antonio Maria, "Se Eu Morresse Amanhã", de
Antonio Maria, e "O Que Vai Ser de Mim", uma das primeiras músicas gravadas do maestro Tom
Jobim. Ainda nesse mesmo ano, Nora
Ney gravou pela primeira vez rock no Brasil, com a música "Rock
Around the Clock", de Bill
Halley e, no ano seguinte, o samba "Só Louco", de
Dorival Caymmi. Nos anos seguintes, gravou os sucessos "Se O Negócio É Sofrer", de Mário Lago e Chocolate, "Saudade da
Bahia", de
Dorival Caymmi, a valsa "Chove Lá Fora", de Tito
Madi, "Vai, Mas Vai Mesmo", de
Ataulfo Alves, "Castigo" e "Solidão", de Dolores
Duran. No final dos anos 1950, viaja com Jorge
Goulart, seu marido com quem viveu a maior parte de sua vida, pela América do Sul, Europa e África. Em 1960, Nora
Ney grava o disco "Ninguém Me Ama", tema da
postagem de hoje, pela
RCA Victor. Destacam-se, neste disco, além do sucesso de "Ninguém Me Ama", as músicas "Menino Grande", "Felicidade", "
Telecoteco Nº 2", "De Cigarro em Cigarro", "Você Nasceu Pro Mal" e "Preconceito". Um disco fantástico, que mostra o estilo inconfundível de Nora
Ney, com suas interpretações carregadas de emoção, em sambas-canção inconfundíveis, com a marca de uma das maiores cantoras que o Brasil já teve e que, infelizmente, hoje em dia é pouco lembrada pela
mídia e pelo público. Fica aqui registrada a homenagem do Blog da Música Brasileira à esta cantora única em seu estilo, impecável em sua voz: pura e simplesmente Nora
Ney.
1 - Ninguém Me Ama
2 - Felicidade
3 - Preconceito
4 - Bar da Noite
5 - De Cigarro em Cigarro
6 - Menino Grande
7 - Você Nasceu Pro Mal
8 - Saudade Mentirosa
9 - Telecoteco Nº 2
10 - Contraste
11 - Imenso Amor
12 - Mentira