domingo, 28 de outubro de 2012

1966 - Compacto - Canto de Ossanha / Rosa Morena - Elis Regina

Oi pessoal! Neste finalzinho de domingo, meu aniversário por sinal, posto aqui no Blog uma preciosidade da carreira de Elis Regina, a cantora que, na minha opinião, é a melhor que o Brasil já teve. Aclamada, reverenciada, lembrada e adorada por milhares (senão milhões) de fãs durante sua carreira, Elis transformava lindas canções em verdadeiras pérolas musicais, emplacando inúmeros sucessos e lançando diversos compositores e cantores que marcaram a história da música brasileira. Seu repentino sucesso com "Arrastão", música vencedora do I Festival Nacional de MPB, organizado pela Tv Excelsior em 1965, revelou ao país a "pimentinha" talentosa que revolucionou a música brasileira com sua voz maravilhosa, sua interpretação única e emocionante (e emocionada, algumas vezes), além de sua ideologia e sua forma de ser, agir, pensar. Elis é única. É, porque nunca será esquecida, sua música jamais será deixada por aqueles que realmente apreciam e gostam de boa música brasileira. Após o sucesso de "Arrastão", Elis foi convidada a comandar o programa "O Fino da Bossa" pela Tv Record, ao lado do Zimbo Trio, de Jair Rodrigues, e inúmeros convidados ilustres que fizeram o público vibrar com os números mais maravilhosos que Dorival Caymmi, Edu Lobo, Agostinho dos Santos, Adoniran Barbosa, Elza Soares, Cyro Monteiro, Gilberto Gil, Baden Powell, enfim, puderam proporcionar ao público enquanto o programa esteve no ar, de 1965 a 1967. Nessa época, era muito comum os artistas lançarem diversos compactos com músicas que se tornavam sucessos nestes programas e, como as gravadoras não atendiam à demanda por gravações e lançamentos de discos, os cantores recorriam aos compactos (simples ou duplos) para "escoarem" de forma mais rápida ao público os principais sucessos alcançados, até o lançamento do long-play oficial. E em meio a este turbilhão que sacudiu o cenário musical brasileiro dos anos 1960, está este compacto, gravado ao vivo no Teatro Record (o mesmo teatro que era utilizado para as gravações do "Fino da Bossa") em 1966, cujo registro permaneceu esquecido nos sulcos deste velho compacto, até ser totalmente remasterizado pela Philips em 2002, mais de 35 anos após o seu lançamento. E porque este compacto é tão especial pra mim? Primeiro, por representar uma das melhores fases da carreira de Elis, na minha opinião. Segundo, por trazer ao público pela primeira vez, o sucesso de "Canto de Ossanha", de Baden Powell e Vinicius de Moraes na voz de Elis, além do clássico de Dorival Caymmi, "Rosa Morena", no lado B deste compacto, com uma interpretação alegre, contagiante de Elis. Enfim, um disquinho muito bom, que vale a pena ser lembrado, ouvido e referenciado por tudo aquilo que ele representa, em termos de música brasileira, em termos de talento, e em termos de Elis Regina.

1 - Canto de Ossanha
2 - Rosa Morena

domingo, 21 de outubro de 2012

1961 - Por Ti - Orlando Silva

Oi pessoal! Neste domingo, posto aqui no Blog mais uma preciosidade de nossa música brasileira, mais um disco do "cantor das multidões" Orlando Silva. Dono de uma voz grave, característica marcante de sua carreira, Orlando Silva iniciou sua carreira ainda na década de 1930, participando de programas de Rádio, em especial o de Francisco Alves na então Rádio Cajuti, gravando seu primeiro disco pela RCA Victor apenas 7 meses após o início de sua carreira. Em 1936, foi convidado a gravar para o filme "Cidade Mulher", da Brasil Vita, as músicas "Cidade Mulher" e "Dama do Cabaré", ambas de autoria do sambista Noel Rosa, além de participar da inauguração da Rádio Nacional, assinando contrato com a rádio na mesma ocasião. No ano seguinte, Orlando grava com acompanhamento da Orquestra Victor brasileira, a valsa "Lábios Que Beijei", de J. Cascata e Leonel Azevedo, transformando-se num dos maiores sucessos de sua carreira, além de "Juramento Falso", também de J. Cascata e Leonel Azevedo, que com o acompanhamento de Radamés Gnatalli, integrou o lado A deste mesmo disco. Neste ano, recebeu do locutor Oduvaldo Cozzi o apelido pelo qual se tornou conhecido durante toda sua carreira, "o cantor das multidões" em função de uma apresentação realizada no bairro do Brás, em São Paulo, onde estiveram presentes mais de dez mil pessoas para ouvi-lo cantar da sacada do Teatro Colombo. Ainda neste mesmo ano, no ápice de sua carreira, gravou as músicas "Rosa" e "Carinhoso", de Pixinguinha, sendo o primeiro cantor a gravá-las, além de "Alegria", de Assis Valente e Durval Maia, "Boêmio", de Ataulfo Alves e J. Pereira, "Aliança Partida", de Benedito Lacerda e Roberto Martins, e "Amigo Leal", de Benedito Lacerda e Aldo Cabral. Em 1938, participou do filme "Bananas da Terra", dirigido por J. Rui, com a música "A Jardineira", de Benedito Lacerda e Humberto Porto, que viria a ser a marchinha de maior sucesso do ano seguinte, e uma das músicas de sua autoria mais lembradas de sua carreira. Neste ano de 1938, estourou no carnaval a marchinha "Abre a Janela", de Arlindo Marques Júnior e Alberto Roserti, interpretada por Orlando, além de ter gravado com muito sucesso as músicas "Caprichos do Destino", de Claudionor Cruz e Pedro Caetano, "Errei, Erramos", de Ataulfo Alves, e "Nada Além", de Custódio Mesquita e Mário Lago. Consagradíssimo como um dos maiores cantores brasileiros da década de 1930, ao lado de Francisco Alves, Mário Reis e Vicente Celestino, Orlando Silva prosseguiu com sua carreira magnífica nas décadas seguintes, emplacando grandes sucessos e lançando discos memoráveis, sendo que um deles, o LP "Por Ti", é o tema escolhido como postagem de hoje. Lançado pela RCA Victor em 1961, o disco traz, além da interpretação perfeita de Orlando Silva, as músicas "Chora Cavaquinho", de Waldemar de Abreu, "Por Ti", faixa-título do disco, de Sá Roriz e Leonel Azevedo, "Naná", de Geysa Bôscoli, Jardel Jércolis e Custódio Mesquita, "Tristeza", de J. Cascata e Cristóvão de Alencar, "O Prazer É Todo Meu", de Ataulfo Alves e Claudionor Cruz, "Amigo Infiel", de Aldo Cabral e Benedito Lacerda, "História de Amor", de Humberto Porto e J. Cascata, "Perdão Amor", de Lamartine Babo, e "Lágrima de Rosa", de Kid Pepe e Dante Santoro. Um disco fantástico, que traz o "cantor das multidões" em sua interpretação única, em um disco envolvente, emocionante e, é claro, com eternos sucessos da carreira de Orlando Silva.

1 - Por Ti
2 - Chora Cavaquinho
3 - Naná
4 - Lágrima de Rosa
5 - Tristeza
6 - Apoteose do Amor
7 - Meu Coração aos Teus Pés
8 - Amigo Infiel
9 - Perdão Amor
10 - O Prazer É Todo Meu
11 - Deusa do Cassino
12 - História de Amor

domingo, 14 de outubro de 2012

1957 - Uma Voz e Seus Sucessos - Agostinho dos Santos

Oi pessoal! Neste domingo, posto aqui no Blog mais um disco paulista Agostinho dos Santos, um dos maiores cantores brasileiros e uma das grandes vozes de nossa música brasileira. Como crooner de orquestra, iniciou sua carreira no início da década de 1950, sendo contratado nesta época pelas Rádios América de São Paulo e Nacional Paulista, por onde tornou-se conhecido do público e sua voz ganhou os quatro cantos do Brasil. Em 1953, Agostinho gravou seu primeiro disco pela gravadora Star, com o samba de Sereno e Manoel Ferreira, "Rasga Teu Verso". Em 1955, foi ao Rio de Janeiro cantar com Sylvia Telles, Ângela Maria e a Orquestra Tabajara na Rádio Mayrink Veiga, assinando neste mesmo ano contrato com a gravadora Polydor, lançando a toada "O Vendedor de Laranjas", de Albertinho e Heitor Carilho, e o fox "A Última Vez Que Vi Paris", de J. Kern (versão de Haroldo Barbosa). No ano seguinte, gravou seu primeiro sucesso, a valsa "Meu Benzinho", de Hawe, Gussin e Caubi de Brito, ganhando por causa do sucesso desta canção o Troféu Roquette Pinto e seu primeiro Disco de Ouro da carreira. Neste mesmo ano, gravou sua primeira composição, o samba "Vai Sofrendo", escrita em parceria com Vicente Lobo e Osvaldo Morige. Em 1957, gravou juntamente a Orquestra de Valdomiro Lemke as músicas "Maria dos Meus Pecados", de Jair Amorim e Valdemar de Abreu, e "Chove Lá Fora", de Tito Madi, além de gravar também a marcha "Maria Shangay", do jornalista e colunista social Ibrahim Sued, de Alcyr Pires Vermelho e de Mário Jardim. Neste ano, Agostinho lança seu primeiro disco pela Polydor, com o sucesso de "Chove Lá Fora" e "Maria dos Meus Pecados", além de "O Amor Não Tem Juízo", de Fernando César, "Só Você", de Buck Itam e Ande Rand (versão de Julio Nagib), "Pra Lá e Pra Cá", de Mario Albanesi e Armando Blunde Bastos, "Esquecimento", de Nazareno de Brito e Fernando César, "Desolação", de Othon Russo, e "Concerto de Outono", de Camillo Bargoni e Danpa (versão de Julio Nagib). Um disco que, mesmo sendo de estréia de Agostinho, mostra um cantor de talento ímpar, um cantor seguro em sua interpretação e, é claro, uma voz belíssima, transformando canções em verdadeiras obras-primas de sua música. Para aqueles que não conhecem e nunca ouviram Agostinho dos Santos, este é um bom começo para se apreciar uma das melhores e maiores vozes de nossa música brasileira, cantor este que não pode ser esquecido, não pode ter seu trabalho perdido pelos anos e pelo público que, por tantas vezes, se emocionou e cantou junto com a voz e os sucessos de Agostinho dos Santos.

1 - Chove Lá Fora
2 - Maria dos Meus Pecados
3 - Desolação
4 - O Amor Não Tem Juízo
5 - Esquecimento
6 - Concerto de Outono
7 - Só Você
8 - Triste a Recordar
9 - Minha Oração
10 - Faz Mal Pra Mim
11 - Pra Lá e Pra Cá
12 - Três Marias

domingo, 7 de outubro de 2012

1960 - Sou Eu - Hebe Camargo

Oi pessoal! Neste domingo de eleições municipais, posto aqui no Blog um disco em homenagem à Rainha da Televisão brasileira, a paulista Hebe Camargo, que nos deixou no último dia 29, vítima de um ataque cardíaco. A manhã deste último sábado surpreendeu a todos com a triste notícia de sua morte, que abalou e comoveu todo o país como há muito não se via. Durante os últimos 2 anos, Hebe vinha lutando contra um câncer raro, instalado numa membrana abdominal denominada "peritônio", mas nem a doença pôde minimizar o brilho de sua alegria, sua personalidade marcante, sua irreverência. Considerada a Rainha da televisão, Hebe passou mais de 60 anos de sua vida dedicados a entreter o público com programas e entrevistas que levavam sua marca registrada em talento, simplicidade e muita alegria. E, embora seja conhecidíssima como a brilhante apresentadora, Hebe iniciou sua carreira como cantora na época do Rádio (década de 1940), cantando ao lado de sua irmã Estela na dupla Rosalina e Florisbela. Em 1950, Hebe gravou seu primeiro disco pela Odeon com os sambas "Oh! José", de Esmeraldino Sales e Ribeiro Filho, e "Quem Foi Que Disse", de G. de Aguiar e Valadares do Lago. Neste ano, o empresário Assis Chateaubriand trouxe ao Brasil os primeiros aparelhos e equipamentos de Tv dos Estados Unidos, montando a primeira emissora do país, a Tv Tupi, a qual Hebe foi chamada para a abertura das transmissões mas que, por causa de um amor da época, não compareceu à primeira transmissão, passando o bastão à sua amiga Lolita Rodrigues, que a substituiu cantando o hino da emissora. Durante toda a década de 1950, Hebe gravou alguns discos pela Odeon, destacando-se as músicas "Nem Eu", de Dorival Caymmi, "Boas Festas", de Assis Valente, e o samba "Madalena", de Osvaldo França e Blecaute. Em 1959, Hebe gravou, pela Polydor, as músicas "Quem É", de Osmar Navarro e Oldemar Magalhães, "Conversa", de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, e o "Samba Em Prelúdio" de Vinicius de Moraes e Baden Powell, lançando no final deste ano seu primeiro LP, "Hebe e Vocês". Em 1960, Hebe é convidada pela Odeon para voltar à gravadora, lançando o disco "Sou Eu", tema da postagem (homenagem de hoje), com destaque para as músicas "Quem É" e "Conversa", também gravadas anteriormente, além do sucesso de Dalva de Oliveira, "Hino ao Amor", música de Edith Piaf e Marguerite Monnot (versão de O. Marzano), e das músicas "Cupido Não Falhou", de Mário Gennari Filho e Maria Angelina, "Mundo Mau", de Sidney Morais e Julio Rosemberg, "Ausência de Você", de Sérgio Ricardo, "Encontro com a Saudade", de Billy Blanco e N. Queiroz, "Melodia Italiana", de Pinchi e D. Donida (versão de Augusto César), e "Lua Escura", de N. Miller (versão de Julio Nagib). Apesar de ser um dos primeiros discos de Hebe, este mostra o talento desta cantora que, até então, ainda se destacava e procurava reconhecimento do público e da crítica quanto às suas músicas e interpretações. Um disco que traz um pouco do talento e da música da Hebe cantora aos nossos ouvidos, acostumados com as entrevistas e com os programas marcantes que Hebe protagonizou e apresentou durante sua carreira. Um disco maravilhoso, de altíssimo nível e, é claro, que não deixa de ser uma "gracinha!" da carreira de Hebe Camargo, a Rainha da televisão brasileira, que tanto como cantora como apresentadora, soube passar ao publico brasileiro como ninguém sua simpatia, sua alegria, sua vontade de viver, durante estes mais de 60 anos de carreira.

1 - Quem É
2 - Cupido Não Falhou
3 - Conversa
4 - Lua Escura
5 - Encontro com a Saudade
6 - Ausência de Você
7 - Cantiga de Quem Está Só
8 - Creia
9 - Melodia Italiana
10 - Hino Ao Amor
11 - A Canção dos Seus Olhos
12 - Mundo Mau