domingo, 25 de setembro de 2011

1972 - Tim Maia

Oi pessoal! Neste domingo, primeiro de primavera, me lembrei de um dos maiores sucessos de um dos maiores cantores da nossa MPB de todos os tempos: Tim Maia, com sua eterna "Primavera". Carioca da capital fluminense, Tim Maia conquistou o público com seu estilo baseado no soul norte-americano, com uma rouquidão característica de sua voz. Em 1957, fundou o grupo vocal "The Sputniks", do qual fazia parte o ainda desconhecido Roberto Carlos. Anos depois, Tim Maia conheceu outros nomes da futura Jovem Guarda, como Erasmo Carlos e Eduardo Araújo, chegando a produzir seu disco "A Onda É O Boogaloo", lançado em 1968. Morou nos Estados Unidos durante alguns anos, mas acabou sendo deportado em 1963 por posse de drogas e roubo. Embora ainda não fosse um cantor e compositor de grande expressão, surgiu a oportunidade que Tim precisava para alavancar de vez sua carreira de cantor e compositor, ao participar da trilha sonora do filme "O Diamante Côr-de-Rosa", de Roberto Carlos, com a música "Não Vou Ficar". Um ano mais tarde, em 1969, gravou seu segundo compacto com as músicas "What Do You Want To Bet" e "These Are The Songs", sendo esta última regravada ao lado de Elis, no ano seguinte, para o álbum "...Em Pleno Verão" da cantora. Finalmente, sai a gravação de seu primeiro LP, "Tim Maia", obtendo grande sucesso de público e crítica, com músicas como "Primavera", "Azul da Cor do Mar", "Coronel Antonio Bento" e "Eu Amo Você". Nos anos seguintes, Tim Maia lançaria mais três discos, todos abraçando o mesmo estilo de música de Tim. E, o disco tema da postagem de hoje, é exatamente deste período. Lançado em 1972 pela gravadora Polydor, o disco "Tim Maia" nos traz dois dos primeiros sucessos de Tim, "These Are The Songs" e "O Que Você Quer Apostar", além de "Lamento", "Idade", "Canário do Reino", "Razão de Sambar", "O Que Me Importa", "Where Is My Other Half", "Já Era Tempo de Você", "Pelo Amor de Deus" e "Sofre". Um disco sensacional, que mostra um Tim Maia repleto de talento, na fase inicial da carreira, cheia de sucessos, mas com muito ainda por vir. Da mesma forma que o próprio Tim diz em sua música "Primavera", "(...) trago esta rosa, para lhe dar", trago esta jóia de nossa música brasileira, na voz e interpretação de ninguém menos que Tim Maia.

1 - Idade
2 - My Little Girl
3 - O Que Você Quer Apostar
4 - Canário do Reino
5 - Já Era Tempo de Você
6 - These Are The Songs
7 - O Que Me Importa
8 - Lamento
9 - Sofre
10 - Razão de Sambar
11 - Pelo Amor de Deus
12 - Where My Other Half

sábado, 24 de setembro de 2011

1964 - Diagonal - Johnny Alf

Oi pessoal! Neste sábado, posto aqui no Blog um dos primeiros discos do cantor, compositor e um dos maiores pianistas brasileiros, Johnny Alf. Ainda na infância, aprendeu a tocar piano com Geni Borges, amiga da família para a qual sua mãe trabalhava na época. Aos 14 anos, com alguns amigos de Vila Isabel, formou um grupo musical que tocava na Praça Sete, no Rio de Janeiro. Contudo, sua carreira profissional só começaria em 1952, quando Dick Farney e Nora Ney o convidaram para tocar na nova "Cantina do César", do radialista César de Alencar. Nesta época, conheceu a cantora Mary Gonçalves, que viria a ser eleita Rainha do Rádio no mesmo ano e que gravaria em seu LP "Convite ao Romance" três composições de Johnny Alf: "Escuta", "Estamos Sós" e "O Que É Amar". Tocou em várias boates famosas da época, como "Monte Carlo", "Mandarim", "Drink" e "Plaza", além das que se instalaram no "Beco das Garrafas". Participou como um dos principais nomes do movimento Bossa Nova, especialmente como compositor, em músicas como "Rapaz de Bem" e "Céu e Mar", por exemplo. Em 1967, participou do III Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela Tv Record de São Paulo, com a música "Eu e a Brisa", na voz da cantora Marcia. Apesar de ter sido desclassificada, a música se transformou num dos maiores sucessos não de sua carreira, como da música brasileira. Durante sua carreira, aproximou sua música do jazz norte-americano, se transformando num dos ícones do estilo no país. Neste disco, tema da postagem de hoje, temos um dos principais discos da carreira de Johnny Alf, com destaque para as músicas "Moça Flor", "O Céu É Você", "Disa", "Céu e Mar", "O Bondinho do Pão-de-Açúcar", "Vejo A Tarde Cair", "Seu Chopin, Desculpe", "Termos de Canção" e "Podem Falar". Um disco fantástico, que mostra a música de Johnny Alf em sua essência mais completa, seja em suas composições, sua própria interpretação, seu som ao piano. Apesar de ter sido lançado há mais de 40 anos, ainda pode-se considerar atual, não só em termos das músicas de seu repertório, como na qualidade da música e no talento de Johnny Alf. Este, sem dúvida, é um trabalho que deveria ser mais divulgado, mais ouvido e, é claro, servir de referência àqueles que querem se aventurar nos mares há tanto navegados da música brasileira.

1 - Disa
2 - O Céu É Você
3 - O Bondinho do Pão-de-Açúcar
4 - Podem Falar
5 - Vejo A Tarde Cair
6 - Desejo do Mar
7 - Céu e Mar
8 - Seu Chopin, Desculpe
9 - Diagonal
10 - Moça Flor
11 - Termos de Canção
12 - Triste Noturno

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

1969 - Roberto Carlos

Oi pessoal! Nesta segunda-feira, nada melhor que começarmos a semana com mais um disco do rei Roberto Carlos. Lançado originalmente em 1969 pela CBS, o disco "Roberto Carlos" nos trouxe um repertório fantástico, com músicas que se tornariam grandes sucessos da carreira de Roberto, como "As Curvas da Estrada de Santos", em parceria com Erasmo, regravada diversas vezes por vários intérpretes diferentes, como Elis Regina, em 1970, em seu LP "...Em Pleno Verão". Neste disco, além dela, temos outras importantes músicas da carreira do rei, como "O Diamante Côr-de-Rosa" (gravada no ano seguinte por Agostinho dos Santos), música-tema do filme "Roberto Carlos e o Diamante Côr-de-Rosa", também lançado em 1969, "Não Vou Ficar", de Tim Maia, "Oh! Meu Imenso Amor", gravada também por Dalva de Oliveira um ano mais tarde, e "Sua Estupidez". Destaque também para "As Flores do Jardim de Sua Casa", "Nada Vai Me Convencer", "Não Adianta" e "Quero Ter Você Perto de Mim". Falar a respeito de Roberto Carlos é como chover no molhado. Sua importância musical, tanto histórica como atual, é evidente não só para a música brasileira como também para a internacional. Afinal, quem é chamado de rei, como no caso de Roberto Carlos, não o é por mera coincidência ou por mero acaso: existe muito talento, reconhecimento do público e da crítica e, principalmente, grandes músicas e um belo trabalho por trás de um cantor e compositor de tanto sucesso.

1 - As Flores do Jardim de Sua Casa
2 - Aceito Seu Coração
3 - Nada Vai Me Convencer
4 - Do Outro Lado da Cidade
5 - Quero Ter Você Perto de Mim
6 - O Diamante Côr-de-Rosa (Instrumental)
7 - Não Vou Ficar
9 - Sua Estupidez
10 - Oh! Meu Imenso Amor
11 - Não Adianta
12 - Nada Tenho a Perder

sábado, 17 de setembro de 2011

1969 - Andança - Beth Carvalho

Oi pessoal! Neste sábado, posto aqui no Blog mais um disco de uma cantora ainda inédita por aqui. A madrinha do samba, Beth Carvalho, iniciou sua carreira na música no início de 1968, com o movimento Músicanossa, dedicado a músicas da Bossa Nova, chegando a fazer parte da gravação do disco "Músicanossa - o Som & o Tempo", lançado pela Odeon no mesmo ano, com as músicas "Viola Enluarada", de Marcos & Paulo Sérgio Valle, e "Contraste", de Edmundo Souto e Arnoldo Medeiros. Destaca-se neste disco a participação do já renomado cantor Taiguara, com a música de abertura "Faço o Amor Não Faço a Festa", do próprio cantor. Ainda no mesmo de 1968, Beth Carvalho participou do III Festival Internacional da Canção (FIC), promovido pela Tv Globo, alcançando o 3º Lugar com a música "Andança", de Danilo Caymmi, Edmundo Souto e Paulo Tapajós, ao lado dos Golden Boys. A partir de "Andança", Beth Carvalho tornou-se uma cantora conhecida no meio musical pelo seu talento e por sua bela voz, lançando no ano seguinte o primeiro LP de sua carreira, com o título da canção que lhe deu projeção e reconhecimento nacional. E, este Long-Play é o escolhido para a postagem de hoje. Neste disco, Beth Carvalho nos traz, além do grande sucesso "Andança", com a participação dos Golden Boys, as músicas "Sentinela", com a participação do autor, Milton Nascimento, e dos Golden Boys, "Estrela do Mar", um dos maiores sucessos de Dalva de Oliveira, "Maria Aninha", "Fechei a Porta", . Merecem destaque ainda as músicas "Carnaval", "O Porto", "Rumo Sul", com Golden Boys,"Um Amor em Cada Coração" e "Maria da Favela". Vale lembrar a importante participação do grupo Som 3 na maior parte das músicas do disco, de forma a imprimir em cada canção os acordes, o som deste que é, sem sombra de dúvida, um dos maiores trios da história de nossa música brasileira, formado por Toninho Pinheiro (bateria), Sabá (contrabaixo) e o pianista César Camargo Mariano. Um disco histórico, antológico, maravilhoso, cheio de história, que me surpreendeu positivamente quando o ouvi pela primeira vez e que, tenho certeza, vai surpreender a todos os que gostam de ouvir uma boa música brasileira.

1 - Um Amor em Cada Coração
2 - Maria Aninha - c/ Som 3
3 - Fechei a Porta - c/ Som 3
4 - O Porto - c/ Som 3
5 - Carnaval
6 - Andança - c/ Golden Boys
7 - Rumo Sul - c/ Som 3 e Golden Boys
8 - Sentinela - c/ Golden Boys e Milton Nascimento
9 - Nunca - c/ Som 3
10 - Samba do Perdão
11 - Maria da Favela - c/ Golden Boys
12 - Estrela do Mar c/ Som 3

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

1960 - Mário Reis Canta Suas Criações em Hi-Fi

Oi pessoal! Nesta quarta-feira, posto aqui no Blog um disco do xará do nosso homenageado de segunda-feira (Mário Lago): o cantor Mário Reis. Um dos grandes cantores populares da época de ouro do rádio, ao lado de Francisco Alves, Orlando Silva, Vicente Celestino e Silvio Caldas, Mário Reis imortalizou grandes sucessos com sua voz suave e bem marcada, como "Cadê, Mimi?", uma das músicas mais conhecidas de toda a carreira de Mário, "Jura", "Sofrer É Da Vida" e "Agora É Cinza", regravada anos mais tarde por Wilson Simonal em seu disco antológico "Alegria, Alegria!", de 1967. Formado em direito pela UFRJ, Mário Reis teve o privilégio de ter como colega de classe um dos maiores compositores da nossa música brasileira, o mineiro AryBarroso, gravando seu primeiro sucesso popular "Vamos Deixar de Intimidade" em 1929, embora já tenha gravado alguns discos ainda no ano anterior, alcançando algum reconhecimento e fama. Em seu repertório de compositores estão, além de Ary Barroso, nomes como Sinhô, NoelRosa, Francisco Alves, Lamartine Babo, João de Barro, Ismael Silva, Tom Jobim, Vinicius deMoraes, dentre outros grandes letristas de nossa música brasileira. Neste disco, lançado originalmente em 1960 em Hi-Fi (High Fidelity - Alta Fidelidade), numa época em que oslong-plays de 33⅓ estavam deixando de ser uma novidade no mercado fonográfico para se transformar no principal veículo comercial de músicas, compreendendo cerca de 15 minutos em cada lado (diferentemente dos velhos 78 rpm, que possuíam em torno de 3 ou 4 minutos em cada face apenas), Mário Reis nos traz alguns dos seus sucessos, como "O Que Vale A Nota Sem O Carinho Da Mulher", primeira música gravada por Mário Reis, em 1928, "Rasguei A Minha Fantasia", "Yayá Boneca", "Mulato Bamba" e "Vamos Deixar de Intimidade", além de "Linda Mimi", "Palavra Doce", "O Grande Amor" e "Vai-Te Embora". Apesar de ser uma coletânea com os principais sucessos de Mário Reis lançados pela Odeon até então, ela nos traz um pouco da genialidade, do talento e alguns dos sucessos que Mário Reis imortalizou com sua voz mansa, calma e compassada durante sua fase mais importante de sua carreira. Um disco sensacional, que merece ser relembrado, ser ouvido, ser conhecido, não só pela qualidade das músicas de grandes compositores brasileiros, como também pela importância que Mário Reis tem na história de nossa música brasileira. Este sim, é mais um daqueles que vale a pena ouvir de novo!

1 - Palavra Doce
2 - Vamos Deixar de Intimidade
3 - O Que Vale A Nota Sem O Carinho Da Mulher
4 - Yayá Boneca
5 - Mulato Bamba
6 - Rasguei A Minha Fantasia
7 - Isso Eu Não Faço Não
8 - Deus Nos Livre Dos Castigos Da Mulher
9 - Linda Mimi
10 - A Tua Vida É Um Segredo
11 - Vai-Te Embora
12 - O Grande Amor

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

1978 - Retrato - Mário Lago

Oi pessoal! Nesta segunda-feira, trago um disco e, homenagem ao advogado, ator, compositor, poeta e radialista Mário Lago. Apesar de ser conhecido pelas suas atuações em novelas e filmes nacionais, Mário Lago começou sua carreira na poesia e mesmo após ter se formado em advocacia, mudou os rumos da sua vida para o teatro de revista, passando a escrever, compor e atuar com freqüência. Suas primeiras composições, ao lado de Custódio Mesquita, foram logo gravadas por grandes nomes da música da época, como Mário Reis em "Menina, Eu Sei de Uma Coisa", de 1935, e Orlando Silva com a antológica "Nada Além", em 1938. Dentre suas tantas outras composições, destacam-se as músicas "Ai, Que Saudades da Amélia!" e "Atire a Primeira Pedra", ambas em parceria com Ataulfo Alves, e "Aurora", com Roberto Roberti. Neste disco, lançado originalmente em 1978 pela Continental, é um dos únicos registros fonográficos do compositor ao cantar suas próprias criações, em pot-pourris maravilhosos, como "É Tão Gostoso Seu Moço / Faz de Conta", "Nada Além / Dá-Me Tuas Mãos / Devolve", "Ai Que Saudades Da Amélia! / Atire A Primeira Pedra / Gilda / Leva Meu Coração", "Não Quero Ser Marisco / Quem Chegou Já Tá", além de "Deixa em Paz", "Não Precisar Bater" e "Poema Canção do Não / Tempo de Lua". Um disco que traz a genialidade do poeta pela voz do próprio criador, um dos únicos registros discográficos da carreira e da vida de Mário Lago, que merece ser eternamente lembrado pela sua importância na história de nossa música e cultura brasileiras.

1 - Ai Que Saudades Da Amélia! / Atire A Primeira Pedra / Gilda / Leva Meu Coração
2 - Não Quero Ser Marisco / Quem Chegou Já Tá
3 - Nada Além / Dá-Me Tuas Mãos / Devolve
4 - Deixa Em Paz
5 - Não Precisas Bater
6 - É Tão Gostoso Seu Moço / Faz de Conta
7 - Rosinha Bonita
8 - Cantiguinha Tristíssima
9 - No Meio do Mundo
10 - Poema Canção do Não / Tempo de Lua

sábado, 10 de setembro de 2011

2009 - Sweet Jardim - Tiê

Oi pessoal! Neste sábado, como comentado na postagem de ontem, posto o primeiro disco do Blog da cantora e compositora Tiê. Paulistana de nascimento, Tiê é neta da atriz Vida Alves, a protagonista do primeiro beijo da Tv brasileira na novela "Sua Vida Me Pertence", exibida pela Tv Tupi no início da década de 1950. Estudou canto em Nova Iorque e iniciou sua carreira musical ao lado do violonista, cantor e compositor Toquinho, com quem viajou em turnê pelo Brasil e pela Europa, além de fazer sua primeira participação em estúdio. Em 2009, Tiê lança seu primeiro álbum "Sweet Jardim", cantando e tocando piano e violão, alcançando imediato sucesso de crítica e público. O que não é nenhum absurdo, vendo o talento em cantar com sua voz suave, seu jeito calmo e muito sofisticado canções de sua própria autoria, canções modernas que traduzem um novo jeito de se fazer música na atualidade, mostrando ao mundo a nova música paulistana, com nomes como ela e Thiago Pethit que, sem dúvida, ainda darão muito o que falar na música brasileira. Neste disco, com a bênção de Toquinho, Tiê nos traz as músicas "A Bailarina e o Astronauta", que depois que ouvi a primeira vez, fiquei em êxtase: fazia muito tempo que não ouvia uma música que mexesse tanto comigo. E positivamente. Esta, na minha opinião, é uma das melhores músicas brasileiras lançadas nos últimos tempos. Além desta, merecem destaque as músicas "Assinado Eu", "Dois", "Passarinho", "Aula de Francês", "Chá Verde", "Te Valorizo", que lembra um pouco aquelas velhas gravações de fitas k7 e lps com chiado, e "Sweet Jardim". Um disco realizado e idealizado de forma simples, que mostra verdadeiramente, sem máscaras ou efeitos, uma cantora que se mostra no início de uma bela carreira na música brasileira. Vale a pena conhecer e prestigiar o trabalho desta extraordinária cantora e compositora paulista.

1 - Assinado Eu
2 - Dois
3 - 5º Andar
4 - Passarinho
5 - Aula de Francês
6 - Chá Verde
7 - Te Valorizo
8 - Strange But Mine
9 - A Bailarina e o Astronauta
10 - Sweet Jardim

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

2010 - Berlin, Texas - Thiago Pethit

Oi pessoal! Nesta sexta-feira, dedico a postagem ao meu amigo de faculdade e matérias mil, Arthur, que foi quem primeiro me apresentou o autor deste disco fora de série que vale muito a pena conhecer: o paulistano Thiago Pethit. Com 27 anos de idade, muito talento e uma forma diferente de fazer música, Thiago Pethit pertence a uma nova safra de cantores paulistas que vêm nestes últimos anos ganhando reconhecimento do público e da crítica. E com razão. Eles representam uma nova geração de músicos que vêm renovar e reinventar nossa música brasileira, cada um ao seu estilo independente, único e particular de cantar e compor. Numa entrevista ao Saraiva Conteúdo, Thiago Pethit define de maneira bem completa e interessante seu novo disco: "Tinha uma inspiração que poderia ser um universo de vaudeville, que eram aqueles teatros bizarros. Conforme as gravações foram rolando, eu sentia que tinha uma parte das músicas com um clima meio de cabaré de Berlim dos anos 1920. Uma ou outra tinha uma cara meio texana, de saloon, de mulheres dançando can can (...)". Ou seja, entre Berlin e Texas, está o cantor com sua melancolia, sua inspiração, sua forma de ver a música, o mundo. Na mesma entrevista, Thiago conta: "Comecei a fazer música porque eu descobri que podia criar um diálogo artístico com o mundo inteiro. Moro no Brasil, o mercado é brasileiro, que fala português, muita gente não fala inglês. Mas música você entende de algum jeito (..)". Este é um dos nomes desta nova geração de músicos que com certeza ainda será muito comentado entre a mídia e o público em geral. Outro destes nomes é a cantora Tiê (tema da postagem de amanhã), que serviu de inspiração e incentivo a Thiago a gastar em torno de R$ 25.000, 00 para gravar um disco independente, com estúdio, mixagem e lançamento. Na mesma entrevista, Thiago fala que Tiê o ensinou a tocar violão e piano, além de ser sua parceira em algumas composições. Neste disco, merecem destaque as músicas "Não Se Vá", "Mapa-Múndi", "Forasteiro", "Voix de Ville", "Fuga Nº 1", "Outra Canção Tristonha", "Birdhouse", "Nightwalker" e "Don't Go Away". Um disco independente, que marca a carreira de um jovem cantor e compositor paulistano que, tenho certeza, fará muito por nossa música brasileira em termos de estilo inovador de música autenticamente e talentosamente brasileira.

1 - Não Se Vá
2 - Mapa-Múndi
3 - Forasteiro
4 - Sweety Funny Melody
5 - Voix de Ville
6 - Fuga Nº 1
7 - Outra Canção Tristonha
8 - Birdhouse
9 - Nightwalker
10 - White Hat
11 - Don't Go Away

terça-feira, 6 de setembro de 2011

2000 - Tanto Tempo - Bebel Gilberto

Oi pessoal! Nesta quarta-feira, feriado de 7 de setembro, posto aqui no Blog mais um disco dedicado aos nomes mais importantes da música brasileira destes últimos anos, pelo menos na minha opinião. Depois da postagem da Fernanda Takai de segunda-feira, fiquei com vontade de compartilhar com vocês o talento, a personalidade e a voz belíssima de uma cantora que tem, do nome ao nascimento uma ligação íntima com a música brasileira. Filha da cantora Miúcha e do "pai" da Bossa Nova, João Gilberto, Bebel Gilberto nasceu nos Estados Unidos mas, apesar disso, tem em suas veias musicais o mais puro som da música brasileira, com suas interpretações modernas, com estilo único e voz maravilhosa. Suas músicas, seus sucessos e regravações vão desde os clássicos da Bossa Nova até as consagradas músicas que marcaram nossa MPB, além de, é claro, novidades musicais não só como cantora, mas também como compositora de talento. Em "Tanto Tempo", Bebel nos traz o som da Bossa Nova totalmente re-caracterizado, mesclando velhos clássicos, músicas novas e um toque de modernidade quanto à mistura do estilo intimista de João Giberto e seu violão e sua interpretação contemporânea e muito envolvente. Este disco marcou a carreira de Bebel por se tratar de seu primeiro disco solo, além de ser muito bem recebido pela crítica e pelo público nacional e internacional. Entre as onze faixas do disco, destacam-se as clássicas "Samba da Bênção", de Baden e Vinicius e "Summer Samba (So Nice)", um dos grandes sucessos de Astrud Gilberto, além de "Mais Feliz", da própria cantora, em parceria com Déo e Cazuza, "Samba e Amor", de Chico Buarque, "Bananeira", de Gilberto Gil e João Donato", "August Day Song", "Lonely", "Close Your Eyes", "Alguém" e "Sem Contenção". Um disco de essência brasileira, que marca a carreira de Bebel Gilberto e nosso modo de ver (ou melhor, ouvir) a Bossa Nova com novos olhos (ou ouvidos). Um disco que merece estar sempre na "crista da onda" musical, pela sua qualidade musical em todos os sentidos. Uma jóia da recente música brasileira. Obra-prima, aquelas que merecem moldura e um lugar de destaque em sua parede, ou melhor, na sua biblioteca musical.

1 - Samba da Bênção
2 - August Day Song
3 - Tanto Tempo
4 - Sem Contenção
5 - Mais Feliz
6 - Alguém
7 - Summer Samba (So Nice)
8 - Lonely
9 - Bananeira
10 - Samba e Amor
11 - Close Your Eyes

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

2009 - Luz Negra - Fernanda Takai

Oi pessoal! Nesta segunda-feira, ensolarada, de um dia azul e quente, trago aqui no Blog mais uma novidade de nossa música popular brasileira contemporânea, o último disco de Fernanda Takai. Lançado em 2009, gravado ao vivo, este disco faz parte da turnê "Onde Brilhem os Olhos Seus", na qual Fernanda Takai faz uma releitura moderna e bonita dos principais sucessos da carreira de Nara Leão durante as décadas de 1960 e 1970. Compositores como Chico Buarque, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Erasmo e Roberto Carlos, Zé Ketti, Ronaldo Bôscoli e Nelson Cavaquinho são alguns dos nomes relembrados em canções antológicas da música de Nara. Deste disco, ganham destaque os sucessos de "Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos", "Com Açúcar, Com Afeto", "Odeon", "Diz Que Fui Por Aí", "Trevo de Quatro Folhas", parte da trilha sonora da novela "Ciranda de Pedra" e "Kobune", versão japonesa do clássico "O Barquinho", além de "There Must Be An Angel", "Sinhá Pureza", "Você Já Me Esqueceu" e "Ordinary World". Mesmo sendo vocalista da banda Pato Fu, Fernanda Takai se dedica à sua carreira solo, cantando, compondo e escrevendo livros de contos e crônicas. Uma artista completa, da música à literatura, cheia de talento e enorme sucesso por onde passa.

1 - Introdução - Luz Negra
2 - Diz Que Fui Por Aí
3 - There Must Be An Angel
4 - Com Açúcar, Com Afeto
5 - Insensatez
6 - Kobune (O Barquinho)
7 - Você Já Me Esqueceu
8 - Odeon
9 - Ordinary World
10 - Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos
11 - 5 Discos
12 - Ben
13 - Trevo de Quatro Folhas
14 - Sinhá Pureza

sábado, 3 de setembro de 2011

1980 - Elis


Oi pessoal! Neste sábado, o primeiro do mês de setembro, o Blog da Música muito se orgulha e agradece aos mais de 50.000 visitantes que conheceram e prestigiaram este trabalho de resgate, memória e divulgação de nossa música brasileira. Neste pouco mais de um ano de trabalho, tentei de forma simples levar a vocês, caros leitores, os principais nomes de nossa música brasileira, variando um pouco os estilos e as épocas, mas sempre tendo na alma das músicas, dos artistas e dos discos um Brasil idealizado, um Brasil esquecido ou um Brasil a ser construído. Mas, essencialmente, Brasil. Este é um dos principais objetivos deste Blog, conscientizar as pessoas que a música brasileira não se resume a apenas músicas ultrapassadas, cantores que se somam aos tantos já conhecidos, refrões e ritmos constantemente parodiados e copiados. A música brasileira possui toda uma bagagem histórica, uma evolução contínua ao longo do tempo, evolução essa que acompanhou a evolução histórica do próprio país e de seu povo. Assim, para comemorar esta marca histórica, trago um disco de uma cantora que, como vocês já devem ter lido em postagens anteriores, sou um fã incondicional: Elis Regina. Seja por sua personalidade, sua independência e sua música arrojada, Elis Regina representa pra mim a melhor e mais bela voz que o Brasil já teve a oportunidade de ouvir, assim como acontece quando ouvimos Tom Jobim ao seu piano maravilhoso, João Gilberto em seu violão incomparável ou as letras de Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Gilberto Gil e Edu Lobo. Não sei se a opinião de vocês é a mesma que a minha. Mas como é um dia muito especial para mim e para o Blog, resolvi postar, então, um disco de Elis. E, para escolher o disco dentre os mais de 20 que Elis nos deixou em sua carreira, me ajudou nesta empreitada o meu amigo (e também fã de Elis) Bruno, o qual sugeriu o último disco de Elis. Sem hesitar ou pensar duas vezes, achei a sugestão ótima, visto que é um dos discos de Elis que mais gosto. Portanto, vamos ao disco de hoje. Neste disco, lançado originalmente em 1980 pela WEA, Elis nos traz músicas que se tornaram imortalizadas pela sua voz e interpretação únicas, como é o caso de "Trem Azul", de Borges e Ronaldo Bastos, "Rebento", de Gilberto Gil e "Aprendendo a Jogar", de Guilherme Arantes. As outras faixas do disco, não menos importantes, também são fantásticas, como "Calcanhar de Aquiles", de Jean & Paulo Garfunkel, "O Medo de Amar é o Medo de Ser Livre", de Beto Guedes e Fernando Brandt, "Sai Dessa", de Nathan Marques e Ana Terra, "Vento de Maio", de Telo e Márcio Borges e "Nova Estação", de Luiz Guedes e Thomas Roth. Um disco incrível, que mostra uma "pimentinha" no auge de sua carreira em termos de músicas mais elaboradas, mais sofisticadas, que vale a pena estar entre aqueles que se ouve sempre, em sua biblioteca particular.

1 - Sai Dessa
2 - Rebento
3 - Nova Estação
4 - O Medo de Amar é o Medo de Ser Livre
5 - Aprendendo a Jogar
6 - Só Deus é Quem Sabe
7 - O Trem Azul
8 - Vento de Maio
9 - Calcanhar de Aquiles

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

1958 - Silvia - Sylvia Telles

Oi pessoal! Nesta quinta-feira, posto aqui no Blog mais um disco da cantora carioca Sylvia Telles. Dona de uma voz potente, digna de suas interpretações emocionadas e emocionantes, Sylvinha Telles começou sua carreira cantando em boates cariocas onde, nessa época, conheceu seu primeiro namorado, João Gilberto, o mesmo que viria anos depois a se tornar um dos ícones do movimento Bossa Nova. Em 1956, Sylvia Telles foi convidada a apresentar na Tv Rio, ao lado do marido, o programa "Música e Romance", trazendo como convidados artistas como Dolores Duran, Tom Jobim, Johnny Alf, Billy Blanco, entre outros. Alguns anos depois, as primeiras reuniões da turma da Bossa Nova começaram a ser organizadas, no apartamento de Nara Leão, em Copacabana. E, nestas reuniões, Sylvia Telles marcava presença constante. E no show "Carlos Lyra, Sylvia Telles e os Seus Bossa Nova", organizado por Ronaldo Bôscoli, com Sylvia Telles, Carlos Lyra e Roberto Menescal no Grupo Universitário Hebraico, no Rio, a expressão que viria a marcar a música brasileira, "Bossa Nova", foi pela primeira vez usada comercialmente. Nesta época, Sylvinha chegou a fazer várias turnês em outros países, como França, Alemanha e Estados Unidos. Em 1963, após separar-se do seu primeiro marido, o advogado José Candido de Mello Mattos, Sylvinha casa-se pela segunda vez com o compositor e produtor musical Aloysio de Oliveira, separando-se no ano seguinte. Em 1966, num trágico acidente de carro com o então namorado, Horacinho de Carvalho (e filho de Lily de Carvalho Marinho, última esposa do jornalista e fundador das Organizações Globo), Sylvinha Telles faleceu, deixando uma farta discografia e inúmeros sucessos. Neste disco, lançado pela Odeon em 1958, na época em que o movimento Bossa Nova tomava forma e ganhava novos nomes e composições, "Silvia" traz músicas que viriam a ser marcos da música brasileira, como "Caminhos Cruzados", "Neste Mesmo Lugar", "É Preciso Dizer Adeus", "Estrada do Sol" e "Bom Dia, Tristeza". Além destas, merecem destaque "Cala, Meu Amor", "Mágoa", "Segredo" e "Aula de Matemática". Um disco maravilhoso, que nos traz uma Sylvia Telles no auge de sua carreira, em músicas inesquecíveis e eternamente cantadas e lembradas. Um disco que nos apresenta, nos recorda e nos encanta com a eterna Sylvinha Telles.

1 - Cala, Meu Amor
2 - É Preciso Dizer Adeus
3 - Mágoa
4 - Caminhos Cruzados
5 - Amargura
6 - Segredo
7 - Quero-Te Assim
8 - Neste Mesmo Lugar
9 - Estrada do Sol
10 - Aula de Matemática
11 - Suas Mãos
12 - Bom dia, Tristeza

Este disco pode ser buscado em https://parallelrealitiesstudio.wordpress.com/2011/07/13/s%D1%83lvi%D0%B0-%D1%82elles-silvia-1958/